Vinte e quatro horas de terror.
Assim pode ser descrito o tempo que uma menina de 9 anos passou nas mãos de dois bandidos, na Serra.
Ela saía de uma padaria quando um homem pediu informação, em seguida, sequestrou e estuprou a garota.
Depois, ela pediu socorro a um motociclista, que a levou para casa dele, e também abusou dela.
Segundo a vítima, ela saiu de casa às 8h30 de segunda-feira para comprar pão.
O bairro não será revelado para preservar a identidade da menina.
Ao sair do comércio, ela foi abordada.
“Um homem em um carro branco parou e me perguntou onde era o mercado.
Expliquei e ele falou para eu entrar no carro, porque estava muito sol.
Entrei e ele pediu para eu guiá-lo”.
Mas o homem não seguiu as orientações da garota e deu várias voltas com ela no carro.
A menina chegou a dizer que ele estava no caminho errado.
“Aí ele me levou para um matagal perto da quele morro ali”, disse, apontando para o Morro do Mestre Álvaro.
Ele exigiu que a menina sentasse no capô do carro.
Como se negou, ele a pegou à força e colocou em cima do carro. Depois, passou as mãos nas partes íntimas dela e exigiu que ela o tocasse.
Assustada,a criança começou a chorar.
O homem ficou irritado, tirou a vítima de cima do capô e jogou para longe a sacola com pães.
Ele fugiu e abandonou a vítima.
“Eu corri para a estrada para pedir socorro.
Uma moto parou.
Contei ao motoqueiro o que aconteceu e que eu não sabia meu endereço.
Ele mandou eu subir na moto e me levou para a casa dele”.
A menina pediu para que ele tentasse encontrar sua casa.
Mas ela se viu, novamente, em meio a um pesadelo.
O acusado a beijou e tentou fazer sexo com ela.
“Eu chorava e pedia pra ele parar.
Depois de horas, ele desistiu e foi dormir”. Assim que amanheceu,o motociclista levou a vítima a um ponto de ônibus e disse para ela ir embora sozinha.
Ela pegou um ônibus para Jacaraípe e, ao chegar ao terminal,conheceu uma jovem que a viu chorando e a levou para a 3ª Delegacia Regional da Serra.
Por coincidência, uma vizinha da vítima registrava uma ocorrência de roubo no local e falou com a mãe da menina.
O caso será investigado pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
MENINA DE 9 ANOS VÍTIMA DE ABUSO SEXUAL
“Eu senti muito medo”
Muito assustada, com olhar disperso e chorando durante parte da entrevista,a estudante de 9 anos, que foi abusada por dois homens em um mesmo dia, contou que sentiu muito medo.
A TRIBUNA –O que aconteceu dentro do carro?
VÍTIMA – Ele pediu que eu guiasse ele ao mercado.
Mas ele não seguia minha explicação e deu voltas para me confundir.
Eu senti muito medo.
Queria descer.
Ele mandava eu parar de bobeira e me calar.
Ele me levou ao matagal.
>O que ele fez com você?
Passou amão no meu peito.
No meu corpo.
Abaixou a calça e mandou eu tocar nele.
Mas eu não consegui e comecei a chorar.
Ele ficou bravo, jogou minha sacola com pães longe e foi embora.
>O que você fez?
Eu saí correndo para a estrada e vários carros passaram, mas só uma moto parou.
Eu contei ao motoqueiro o que tinha acontecido.
Aí ele mandou eu subir na moto e me levou para a casa dele.
>Como ele te tratou?
Era uma casa muito suja.
Ele pediu marmitas e bebeu cerveja e cachaça.
Falou que se não encontrasse a minha casa, ia me deixar na rua, aí me beijou duas vezes e tentou fazer sexo comigo.
Dizia que eu játinha idade para isso.
Depois desistiu e foi dormir.
Eu não consegui.
Fiquei acordada.
Quando amanheceu, ele me levou ao ponto e mandou eu me virar com o dinheiro do troco do pão.
Uma moça me viu chorando e me levou para a delegacia.
Só quero esquecer isso.
Mãe passa a noite à procura
Ao perceber que a filha estava demorando muito para voltar para casa após ir à padaria, a mãe da garota,uma diarista,34,passou o dia e a noite procurando pela menina. Segundo a diarista, ela percorreu o bairro atrás da filha, registrou ocorrência na 3ª Delegacia Regional da Serra, espalhou fotos e fez apelos em redes sociais.
“Somos de Minas Gerais e viemos para a Serra há um ano.
Minha filha é uma criança que só vai à escola e brinca com as amigas em casa.
Estranhei a demora, porque ela nunca me desobedeceu”.
A diarista,que é evangélica,recebeu apoio de amigos da igreja para procurar a criança.
Às 13 horas de ontem, ela recebeu uma ligação da delegacia, com a informação de que a garota havia sido encontrada. “Agora, vou cuidar da minha filha e correr atrás para esclarecer esse crime horrível”.
De acordo com a Polícia Civil,a Delegacia de Proteção à Criançae ao Adolescente (DPCA) não abriu devido ao feriado, mas o caso será investigado pelo titular, delegado Lorenzo Pazolini.
Segundo a lei, é considerado estupro de vulnerável praticar sexo ou ato libidinoso contra menores de 14 anos.
Loading



Nenhum comentário:
Postar um comentário