BERLIM
A Alemanha pode receber 500 mil refugiados a cada ano por um longo período, anunciou o vice-chanceler, Sigmar Gabriel. Lutando para dar conta de um fluxo recorde de pessoas que buscam asilo, o governo alemão também pediu para outros países europeus abrigarem mais imigrantes que fogem da guerra e da pobreza no Oriente Médio e África,ressaltando que a distribuição precisa ser justa. As declarações o correm um dia depois de novos confrontos entre refugiados e a polícia na ilha grega de Lesbos,que já recebeu dezenas de milhares de pessoas.
“Acredito que podemos enfrentar um número da ordem de meio milhão de refugiados por ano durante
vários anos,talvez mais”, disseo líder social-democrata em uma entrevista ao canal público ZDF.
Só neste ano, as autoridades alemãs esperam mais de 800 mil requerentes de asilo,número quatro vezes maior do que o registrado em 2014.
Gabriel acrescentou que a Alemanha pode continuar recebendo mais refugiados de outros países europeus, mas destacou que os parceiros também devem acolher imigrantes.
“Somos um país economicamente forte, mas outras nações do continente devem assumir sua cota justa”, destacou.
O sistema de cotas também foi defendido pela chanceler Angela Merkel, que propôs um plano conjunto entre os países europeus.
Ela ressaltou que a proposta do presidente da Comissão Europeia de acolher 120 mil refugiados nos países da União Europeia é apenas “um primeiro passo”para enfrentar a crise. “Esse sistema conjunto de asilo europeu não pode existir só no papel,mas também na prática.
Digo isto porque coloca padrões mínimos para acomodação de refugiados e o trabalho de registrar refugiados”, disse Merkel em entrevista coletiva ao lado do primeiro-ministro da Suécia, Stefan Lofven, em Berlim. Nas egunda-feira, o grupo da coalizão no poder anunciou que a Alemanha vai disponibilizar mais 6 bilhões de euros (R$25,47 bilhões) para os refugiados, cerca de 20 mil só no final de semana.
Mas, o ministro alemão das Finanças, Wolfgang Schaeuble, disse que o governo quer lidar com a crise sem contrair dívidas novas. “Queremos fazer isso sem emitir novas dívidas.
Não devemos repassar a conta das tarefas diante de nós agora para as gerações futuras”, disse Schaeuble ao Parlamento
alemão.
Fundo para países de refugiados
A União Europeia (UE) planeja criar um fundo de 1,8 bilhão de euros (cerca deR$7,6 bilhões)para ajudar os países africanos a gerenciar suas fronteiras e reduzir o número de migrantes para a Europa.
A medida, que segundo a agência de notícias Associated Presses tará no pacote a ser anunciado pela Comissão Executiva da UE , deve ser acompanhada de uma lista de “países seguros”, incluindo Albânia e Kosovo, de onde milhares de pessoas migraram neste ano.
O objetivo dessa relação de “países seguros”é limitara concessão de asilo a pessoas provenientes deles,dificultando que elas aleguem sofrer perseguições ou violência
nas suas regiões de origem.
“Nossa intenção é aumentar a estabilidade (na África) e atacar a raiz das causas do fluxo de migrantes ilegais”, diz o rascunhodo documento da União Europeia.
O grosso do dinheiro seria destinado a países do norte africano e da região conhecida como o chifre da África, onde se localizam países como Eritreia, Etiópia e Somália.
A Comissão Executiva da UE diz esperar que os 28 países do bloco contribuam para ofundo.
Estimase que cerca de 100 mil imigrantes do norte da África tenham sido interceptados neste ano quando tentavam cruzar o mar Mediterrâneo em direção à Europa
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