Redação Folha Vitória

Espírito Santo termina 2011 com o maior número de casos de dengue já registrado
O Espírito Santo encerrou o ano de 2011 com o recorde histórico de 54.648 casos de dengue notificados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). A quantidade é a maior desde a década de 1990, quando a doença passou a ser notificada no Estado. O maior registro anterior havia sido no ano de 2009, quando 53.708 pessoas contraíram dengue.Ao todo, foram quase 14 mil casos a mais que no ano passado. Foram registrados ainda um total de 3.328 casos da forma grave da doença (dengue com complicação e dengue hemorrágica), incluindo 25 óbitos confirmados e cinco em investigação. O período de abrangência é de 02 de janeiro a 31 de dezembro de 2011.
Apesar da quantidade de casos ter batido recorde histórico, com relação ao número de óbitos, o recorde continua sendo o do ano de 2009, quando foram registradas 62 mortes confirmadas. Segundo a coordenadora do Programa de Combate à Dengue da Sesa, Gilsa Rodrigues, a redução no número de óbitos se deve, sobretudo, à capacitação dos profissionais de saúde no correto manejo clínico da doença.
Quanto ao alto número de notificações, Gilsa atribui ao fenômeno da interiorização, já que, além da concentração de casos na Grande Vitória, como em anos anteriores, em 2011, mais casos foram notificados no interior. A circulação de três tipos de vírus diferente (1, 2 e 3) em solo capixaba também contribuiu para o alto número de notificações, segundo a coordenadora.
De acordo com pesquisa realizada em 2011 pelo Núcleo de Entomologia e Malacologia da Sesa, foi constatado que oito municípios não foram infestados pelo vetor da dengue: Águia Branca, Brejetuba, Conceição do Castelo, Divino São Lorenço, Dores do Rio Preto, Governador Lindenberg, Ibitirama e Vargem Alta.
Plano
Para evitar a disseminação da doença, o Governo do Espírito Santo lançou em outubro o “Plano Estadual de Enfrentamento da Dengue 2011/2012”. Como parte do plano, a Sesa tem realizado campanhas educativas, produção e reprodução de material educativo e de manejo clínico para os 78 municípios, e capacitações para profissionais de saúde.
Além disso, para ajudar no controle do mosquito, a Sesa está comprando equipamentos específicos para dar suporte aos municípios. São 350 bombas costais manuais que expelem inseticida e 15 veículos fumacê – outras 115 bombas costais motorizadas já foram distribuídas e 35 estão à disposição. Os novos carros se juntarão aos demais 28, totalizando 43 veículos.
Os automóveis e as bombas serão disponibilizados para localidades que sofrem com surto momentâneo da doença. O investimento do Governo do Espírito Santo é de aproximadamente R$ 2 milhões.
O tratamento com a hidratação do paciente é prioridade. Para isso, foram identificadas 22 unidades hospitalares da rede própria e filantrópica, de norte a sul do Estado, que funcionarão com leitos de retaguarda. Uma destas unidades é o Hospital Estadual Central, onde foi aberta uma enfermaria com 19 leitos exclusivos para o atendimento a esses pacientes.
Há ainda as situações que não precisam de internação, mas que também precisam de hidratação via endovenosa. Para esses casos, a Sesa adquiriu 100 cadeiras do papai que serão colocadas à disposição dos hospitais e municípios, de acordo com a necessidade.
Gilsa destaca que, além das atividades das esferas governamentais, é preciso que os cidadãos façam a parte que lhes compete, já que cerca de 68% dos focos ainda então presentes nas residências. Os principais depósitos encontrados no Estado em 2011 foram os objetos inservíveis, os reservatórios de água e os vasos de planta.
“Orientamos que cada cidadão eleja um dia fixo na semana para fazer uma vistoria em todos os locais do domicílio visando impedir que o ciclo do mosquito se concretize”, recomenda.
Outra orientação é que, ao surgimento de sintomas como febre, dor de cabeça, dores pelo corpo, dor no fundo dos olhos e náuseas, a pessoa procure a unidade básica de saúde e beba bastante líquido.
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