Mãe de menina de 9 anos que sofreu abuso sexual
A dona de casa, que está detida no Presídio Feminino de Tucum, Cariacica, desde terça-feira (15), prestou depoimento, na tarde desta quarta-feira (16), na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
"Os relatos indicam que ela não se conformou com a situação ao saber dos fatos por meio da filha, na última quinta-feira. Ela retardou em procurar a polícia, mas não consentiu. Não vejo motivos para que permaneça presa", afirmou o delegado Marcelo Nolasco, que encaminhou as declarações para a Central de Inquéritos de Vitória, onde será decidido se a mãe será solta ou não.
Indignação
Em conversa com a reportagem do NOTÍCIA AGORA, a mãe da menina contou que, inicialmente, pensou em matar o amante. "Eu queria Justiça, conversei com o pai da minha filha e concordamos em matar o homem, só esperava ela chegar na minha casa", disse.
Depois de conversar com amigos, no sábado, ela decidiu que procuraria a polícia, o que fez no último domingo. No DPJ de Vila Velha a mãe da menina foi orientada a procurar a DPCA, em Vitória. Nesta segunda-feira, procurou a delegacia, mas como não conhece a Capital acabou indo parar no Conselho Tutelar, onde disseram para procurar o conselho do município onde ela morava.
Um policial conhecido de uma amiga da dona de casa sugeriu o flagrante, para que o estivador fosse preso. Quando ele chegou na casa dela na terça-feira, a dona de casa foi dormir e avisou a filha para que a chamasse quando o estivador tentasse alguma coisa contra a criança.
A ideia deu certo e o estivador acabou amarrado, ainda nu, por vizinhos até a chegada da Polícia Militar.
"Eu mesma queria matá-lo"
Essa foi a primeira reação da mãe da criança, de 9 anos, ao descobrir que a filha era estuprada pelo amante, um estivador de 62 anos, dentro de casa. Em entrevista ao NOTÍCIA AGORA, ela contou que planejou assassiná-lo para se vingar. O estivador era quem sustentava a casa da mulher, inclusive o carro era dele e a dona de casa não possuía habilitação.
NOTÍCIA AGORA: Como descobriu os abusos?
Mãe da criança: Minha filha estava na casa de um tio, e não queria voltar para casa. Quando perguntei a razão ela contou, chorando muito.
Qual foi sua reação?
Fiquei revoltada, só pensava em matar ele (o estivador). O chão parecia que estava se abrindo. Procurei o pai das minhas filhas e eu e meu ex-marido concordamos em mandar matá-lo. Eu só chorava de desespero, tinha ódio. Meu ex-marido disse que as pessoas iam ficar ao nosso favor quando descobrissem o motivo do assassinato.
O que você fez?
Amigos falaram para não fazer nada de cabeça quente e procurar a Justiça. Até que na 2ª-feira encontrei esse policial que deu a ideia do flagrante para prender. Quando ele chegou na minha casa, eu fingi que ia dormir e avisei minha filha para me chamar, assim que ele fosse procurá-la. E deu certo, pedi ajuda ao vizinhos e eles o amarraram até a chegada da PM.
O que foi para você passar por tudo isso?
Eu ficaria na cadeia para sempre se isso impedisse que minha filha sofresse tudo isso (...). A morte não dói para uma pessoa que fez o que fez com ela. (choro) Me dói olhar para o meu bebê, minha criança, minha filhota, e saber o que sofreu. É como olhar para ela e não vê-la.
Estivador pagou R$ 10 pela primeira vez
Segundo relatos da mãe da menina, a filha de 9 anos contou que o estivador ofereceu dinheiro para a ela no primeiro abuso. A criança disse para a mãe que recusou o dinheiro, mas mesmo assim recebeu R$ 10.
"Ela disse que foi ameaçada, caso contasse alguma coisa para mim ou para a irmã dela, ele a carregaria embora e nunca mais ela veria eu e minha outra filha", disse a dona de casa. A menina disse ainda que tinha medo de ficar longe da mãe, por isso ficou calada por tanto tempo.
Os abusos teriam acontecido durante os últimos três meses, desde quando a família da criança se mudou para o apartamento alugado pelo estivador. Ele e a mãe da vítima mantinham um relacionamento há sete anos, mas ela disse nunca ter desconfiado.
"Ele era atencioso com elas, sempre as levava para passear. Nunca desconfiei. Ele vinha de 15 em 15 dias até a minha casa e ele as conhece desde pequenas", contou. Gostou? Então divulgue! TwitterFaceBookGoogle Buzz
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