segunda-feira, 28 de abril de 2014

Coronel da ditadura é morto

Paulo Malhães falou à Comissão Nacional da Verdade  (Foto: Marcos Arcoverde / Estadão Conteúdo)
Ladrões invidiaram a casa do militar que confessou ter desaparecido com corpos de presos políticos nos anos de chumbo. Polícia Federal assumirá o caso 

O coronel reformado do Exército Paulo Malhães, conhecido por sua atuação na repressão política durante a ditadura militar, foi achado morto dentro de casa, no Sítio Xodozinho, no bairro Marapicu, em Nova Iguaçu, na noite da última quinta-feira. 

De acordo com a Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF), a casa do coronel de 76 anos foi invadida por volta das 13h e, segundo sua mulher, Cristina Batista Malhães, ela e o caseiro, que não teve a identidade revelada, teriam sido feitos reféns até as 22h. 

 Em seu relato, a mulher contou que dois criminosos entraram pela casa quebrando o vidro do basculante depois um dos ladrões estava com o corpo coberto. 

Os bandidos mantiveram as vítimas amarradas em cômodos separados e fugiram levando uma submetralhadora, duas pistolas, um revólver calibre 38, quatro rifles e duas carabinas que o oficial colecionava. 

 Além disso os marginais roubaram 2 computadores pessoais do militar, a quantia de R$ 700, jóias e 2 imprenssoras. Segundo a perícia feita no local, a vítima foi asfixiada com o próprio travesseiro no chão do quarto do casal.

 Local não tem câmera de segurança De acordo com o delegado da especializada, Fábio Salvadoretti, o local não tem câmeras de segurança. A mulher e o caseiro não conseguiram reconhecer os criminosos e afirmaram não ter sofrido violência física. 

 O corpo de Paulo Malhães foi levado para o Instituto Médico Legal de Nova Iguaçu. Até o fechamento desta edição, a família não havia divulgado o local, nem horário do sepultamento. 

O Clube Militar, associação que reúne militares da reserva do Exército, informou que não se pronunciará sobre o caso por não conhecer as circunstâncias da morte do coronel. 

O chefe de gabinete da presidência do Clube Militar, associação que reúne militares da reserva do Exército, coronel Figueira Santos, informou que a instituição só irá se manifestar se surgir algum “fato novo”. O Comando Militar do Leste, no Rio, também informou que não vai comentar o caso, já que as investigações estão a cargo da Polícia Civil.


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