sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Vila Velha ainda tem pontos de alagamento depois da estiagem

TV Vitória
Redação Folha Vitória
Reprodução TV Vitória

Vila Velha ainda tem pontos de alagamento após estiagem da chuva(ES)

A água empoçada nas ruas ainda causava transtornos para os motoristas na manhã desta sexta-feira (6) no centro de Vila Velha. Um casal que teve a casa inundada passou a noite em claro. Eles não tiveram como dormir com tanta água dentro de casa.

“Como que você sai de uma água dessas e pula numa cama para dormir? Estou esperando a água baixar para começar a limpeza e sem saber se daqui a pouco cai outra chuva e acontece tudo outra vez. Isso desanima”, disse o comerciante Tarik Assaf.

A oficina em que o comerciante trabalha com entalhe e restauração de imóveis também ficou debaixo d’água e houve muitos prejuízos. Imóveis antigos que estavam sendo restaurados também foram destruídos. “Foi terrível, não tem nem o que dizer. É assim que fica depois de uma chuva dessas em Vila Velha. É uma coisa sem solução? Como que é isso?”, questionou.

Na Rua Antônio Ataíde, os moradores fizeram uma barricada para que os carros não passassem pelo local. Um ônibus, por exemplo, teve que dar meia volta. “Está difícil de trabalhar, muito difícil”, comentou o motorista Jaerso Premoli.

O dono de uma loja reclamou dos prejuízos. “A loja está vazia, hoje é um dia perdido praticamente”, disse o comerciante Jorge Guimarães. Numa travessa que fica ao lado da loja do comerciante, os moradores estão ilhados. Quem se arrisca a sair, tem que encarar a água e o risco de doenças.

Desabrigados

A Prefeitura de Vila Velha está retirando moradores de áreas de risco. Eles são encaminhados para abrigos e passam por avaliação médica. Uma dona de casa perdeu praticamente tudo o que tinha na sua residência no bairro Jardim Guaranhuns. “Perdi colchão, geladeira, rádio, televisão, fogão. Quando a água chega, ela chega de vez e a gente não tem nem como pegar nada”, disse Marilene Pratis.

A dona de casa é uma das pessoas desabrigadas que estão sendo encaminhadas, pela prefeitura, para uma escola em Santa Rita. “Estamos tirando famílias da área de risco na região de Alecrim e de Vila Garrido onde tem um risco muito grande de deslizamento e desabamento. As pessoas devem sair de imediato da área de risco para não correrem risco de morte. A prefeitura tem disponível o aluguel social para oferecer a essas pessoas e um plano habitacional”, explicou o secretário de Desefa Social Ledir Porto.

Após fazerem o cadastramento as famílias são encaminhadas para uma avaliação médica. Um dos principais cuidados é com a leptospirose, doença transmitida pela urina do rato e que pode até matar. “Eles passam pela avaliação para a gente saber a situação deles. Se tiveram contato com a água de chuva, se tinha ratos perto de casa para que a gente faça todo acompanhamento dessa pessoa até ela sair do abrigo”, explicou a médica Edinildes Olympio Rua.

O combate ao surgimento de focos do mosquito da dengue é outra preocupação das autoridades municipais de saúde.

As chuvas têm diminuído em alguns municípios do Espírito Santo, mas 22 continuam enfrentando transtornos devido as chuvas: Vila Velha, Vitória, Serra, Cariacica, Aracruz, Marechal Floriano, Viana, Apiacá, São Mateus, Bom Jesus do Norte, Nova Venécia, Cachoeiro de Itapemirim, Itaguaçú, Rio Bananal, Santa Maria de Jetibá, Santa Leopoldina, Linhares, Itarana, Governador Lindenberg, Laranja da Terra, Ibatiba e Domingos Martins, sendo que os cinco últimos decretaram Situação de Emergência.

Na Defesa Civil Estadual constam os seguintes dados de danos e prejuízos que foram
repassados, até o momento, pelos coordenadores municipais de Defesa Civi: 139453 pessoas afetadas; 223 desabrigados; 2016 desalojados; 56 feridos e 5074 edificações danificadas ou destruídas.
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