terça-feira, 2 de agosto de 2011

Riquezas de Norte a Sul - (ES)


Barra de São Francisco possui a maior reserva natural de granito do mundo
Um tesouro encravado nas rochas é a principal fonte de renda de Barra de São Francisco. O município possui a maior reserva natural de granito já descoberta e as maiores jazidas de granito amarelo do mundo. Ao todo, a cidade concentra cerca de 180 pedreiras.

A exportação do Espírito Santo representa cerca de 65% de todo o granito que sai da América Latina. Nos quatro primeiros meses deste ano, a movimentação foi de mais de R$ 460 milhões.

O tratamento do produto agrega 40% a mais de rendimento para o empresário. Boa parte dos blocos gigantescos é vendida inteira para a China e para a Itália. A outra parte segue para o beneficiamento. “Aqui tem o ciclo inteiro, desde a extração, onde nós temos as maiores reservas, principalmente do tipo amarelo e verde, e que são conhecidos mundialmente, até o próprio beneficiamento”, destacou o diretor executivo da associação Mário Imbroisi.

A movimentação da pedra de forma correta é fundamental para a extração de uma chapa de qualidade. “Se não tivesse granito e as empresas não tivessem vindo para a nossa região, eu não sei o que seria do povo daqui. O granito veio para trazer oportunidade para todo mundo”, esclareceu o gerente de produção Élson Lopes Bonfim.

A boa oportunidade pode ser percebida no setor de comércio. Barra de São Francisco se tornou uma cidade pólo que abastece distritos e municípios vizinhos. “O comércio é bem diversificado e atende basicamente todos os ramos de atividades comerciais. Hoje Barra de São Francisco tem praticamente tudo o que possui uma cidade de grande centro”, comentou o presidente da Câmara Dirigentes Lojistas (CDL), Ilton de Oliveira.

Nas lojas, o estoque está sempre abastecido porque a procura é garantida. “As pessoas vêm muito aqui para comprar. O pessoal do interior que trabalha com café e arroz”, disse a vendedora Karen Kristian.

“Esperamos que esse crescimento e o investimento que as empresas estão fazendo gerem mais empregos e modernização”, finalizou o prefeito de Barra de São Francisco, Waldeles Cavalcanti.

Café, uva, hortaliças… A diversificação é o grande destaque de Mantenópolis

Localizada 800 metros acima do nível do mar, a cidade de Mantenópolis se destaca pelo plantio de café. Diferente dos vizinhos que apostam no conilon, o município produz arábica.
Existem inúmeras diferenças entre esses dois tipos de café. Talvez a que mais chame a atenção é o preço: enquanto uma saca de conilon é comercializada por R$ 205 em média, a do arábica pode chegar a R$ 450.
Porém, para chegar a esse rendimento, é preciso melhorar a qualidade do produto.
“Hoje o que diferencia esses valores é o trabalho pós-colheita feito pelo produtor rural. Hoje passaremos de 4 mil sacas desse tipo no município”, destacou o técnico do Incaper Erick Rodrigues.

O Espírito Santo bateu recordes de exportação de café pelo segundo mês consecutivo. No primeiro semestre deste ano, foram 2,6 milhões de sacas com uma movimentação de cerca de R$ 750 milhões.
“Nós saímos de uma produtividade média de 17 sacas por hectare e já atingimos de 35 até 45 sacas por hectare, ou seja, melhoramos a produtividade”, explicou o prefeito Eduardo Alves.

Mas, para que isso ocorresse, foi necessário se especializar. Foi construída uma área de degustação que fica à disposição do produtor.
A avaliação é feita por meio de técnicas específicas e o retorno é imediato. “Antes o produtor ficava a mercê do comprador.
Ele é quem avaliava e dizia a qualidade do café. Hoje o produtor já sabe se o café dele tem o valor agregado”, afirmou o degustador Baltazar Laurindo.

Em Mantenópolis, até quem tem uma terra pequena investe no café, mas não deixa de diversificar. “Tem pêra, caqui, palmito pupunha, laranja, mexerica”, completou Arlindo Cabral.

O cultivo da uva se destaca nas propriedades menores. “Hoje a base do nosso município é voltada para a agricultura familiar. Toda a mão de obra vem da própria família”, disse o secretário de agricultura, Geraldo Magelo.

A horta foi a forma que a família de Enéias de Castro Menegazo encontrou para se manter unida e gerando renda. O café continua plantado, mas perdeu espaço.
Em vários locais, o café foi retirado para a plantação de hortas. As hortaliças têm um ciclo de produção rápido.
“Nós planejamos para ter sempre a produção de acordo com a entrega que fazemos”, frisou.

“Hoje Mantenópolis é a menina dos olhos da região Noroeste em termos de diversificação.
O povo só pensava na cafeicultura e pecuária e ela veio para dar sustentabilidade às pequenas famílias”, finalizou o técnico agrícola Argeu Zanotti.
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