domingo, 20 de março de 2011

Primeiros ataques aliados atingiram 22 alvos na Líbia, dizem EUA

Zona de exclusão aérea autorizada pela ONU foi instalada, diz Pentágono.
Ataques às forças do ditador Muammar Kadhafi continuam neste domingo.
Rebelde líbio observa veículos das forças pró-Kadhafi queimando após ataque aéreo da coalizão, na estrada entre Benghazi e Ajdabiyah, neste domingo (20). (Foto: Reuters)
Rebelde líbio observa veículos das forças pró-Kadhafi queimando após ataque aéreo da coalizão, na estrada entre Benghazi e Ajdabiyah, neste domingo (20).

Os primeiros bombardeios aliados na Líbia atingiram 22 alvos no sábado à noite, informou neste domingo (20) o capitão da operação, James Stockman, porta-voz do Comando dos Estados Unidos na África, com base em Suttgart, Alemanha.
"Um total de 22 alvos foram atingidos e outros dois estão sendo analisados", declarou o porta-voz do quartel geral americano encarregado da coordenação das operações aliadas contra a Líbia, que completou que foram atacados "sistemas-chave da defesa antiaérea e mísseis SAM perto de Trípoli (capital), Misrata e Sirte".
O almirante Michael Mullen explicou, por sua vez, que a primeira fase dos bombardeios teve "êxito" e permitiu "instaurar uma zona de exclusão aérea", conforme pedido pela resolução da ONU contra o regime do ditador Muammar Kadhafi.

Ataques
A coalizão retomou neste domingo (20) os ataques ao território líbio, segundo agências internacionais. Aviões americanos realizaram ataques aéreos nesta manhã sobre tropas terrestres e defesas aéreas do ditador líbio, Muammar Kadhafi, informou o Pentágono em um comunicado.
Disparos de artilharia antiaérea foram ouvidos na madrugada deste domingo (20) em Trípoli, capital da Líbia, após um sábado de bombardeios. O fogo antiaéreo foi seguido de explosões e disparos de metralhadoras, e o céu ficou iluminado de tiros, segundo jornalistas das agências Reuters e da France Presse.
Ao menos um avião sobrevoou o setor da residência-quartel de Kadhafi, no bairro de Bab al Aziziya, no sul da capital, em meio aos disparos de artilharia e várias explosões.


A TV estatal afirmou que ataques aéreos aliados estavam ocorrendo em várias regiões da capital do país. Os ataques, segundo a nota, ocorreram nas cidades de Trípoli, Sirte (cidade natal de Kadhafi), Benghazi (sede dos rebeldes antigoverno), Misrata e Zuwarah.
'Campo de guerra'
No final da noite de sábado (19), Kadhafi disse que a Líbia iria responder militarmente e enfrentar o que ele chamou de uma "agressão colonialista e cruzada", horas depois do início dos ataques da coalizão.
Em um áudio divulgado na TV estatal, Kadhafi disse que o Mar Mediterrâneo e o norte da África se transformariam em um "verdadeiro campo de guerra". Ele prometeu atacar alvos "civis e militares" na região do Mediterrâneo e abrir os depósitos do governo para armar a população líbia.
Mapa localiza ataques da coalizão internacional na Líbia (Foto: Arte/G1)
O ditador também apelou a "africanos, árabes, latino-americanos e asiáticos" que apoiem o povo líbio contra o inimigo. Em comunicado, o governo líbio tratou os ataques de sábado como "agressão", considerou que houve descumprimento da resolução 1.073 da ONU e pediu uma sessão extraordinária do Conselho de Segurança.
'Proteção a civis'
O imediato objetivo da coalizão internacional na Líbia é proteger os civis com uma zona de exclusão aérea e não necessariamente tentar derrubar o líder Muamar Kadhafi, disse neste domingo (20) o responsável do exército dos Estados Unidos.
coalizao força bélica (Foto: Arte G1)
"O objetivo (da resolução) do Conselho de Segurança das Nações Unidas realmente é Benghazi e proteger os civis", disse o almirante Michael Mullen à "Fox News", referindo-se ao reduto dos rebeldes no leste da Líbia.
"Não se trata de ir atrás de Kadhafi ou atacá-lo nesse momento em particular", disse Mullen, chefe do Estado Maior Conjunto americano. "Trata-se de alcançar esses estreitos e relativamente limitados objetivos, para que (Kadhafi) deixe de matar seu povo e seja possível proporcionar ajuda humanitária", completou.
Esses comentários ocorrem depois que uma coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos, França e Grã-Bretanha iniciou, no sábado (19), sua ofensiva contra o regime de Kadhafi, enquanto o presidente Barack Obama descartou a mobilização de tropas terrestres no que chamou de uma "ação armada limitada".
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