sábado, 12 de março de 2011

Mulher pede socorro ao Ciodes três vezes, ocorrência é cancelada e policial é assassinado na Serra

TV Vitória

Foto: Reprodução TV Vitória





Gravações telefônicas divulgadas nesta sexta-feira (11) denunciam a omissão de atendimento a uma vítima da violência na Serra. Uma mulher desesperada tentou impedir a morte do marido em 2009, o cabo Djalma Oliveira, de 54 anos, reformado da Polícia Militar. Em uma gravação telefônica ela pediu socorro à polícia ligando ao Centro Integrado de Operações e Defesa Social (Ciodes), mas a atendente cancelou a ocorrência. "Me ajuda, tem gente invadindo a minha casa. Manda a polícia aqui na Rua Montenegro em Vila Nova de Colares", disse a mulher ao ser atendida.

A ligação foi feita à 0h9, meia hora antes do assassinato. Pouco depois do crime, uma vizinha ligou para o Ciodes relatando o assassinato. "Aqui na rua Montenegro aconteceu uma tentativa de homicídio. A pessoa saiu ferida para o hospital", afirmou a vizinha durante o atendimento do Ciodes. Em seguida, a mulher da vítima ligou, desesperada, depois de ter presenciado o assassinato do marido. O cabo Djalma estava sendo ameaçado porque vigiava a casa de um vizinho que teve o filho envolvido na morte de um menino.

"Por favor, é aqui na rua Montenegro. Mataram meu marido e eu estou dentro de casa trancada. Pelo amor de Deus me socorre. Manda agora uma ambulância", implorou a esposa da vítima. Em outra gravação, o major Nilton Rodrigues, diretor do Ciodes, foi informado por um capitão de que a primeira ligação foi cancelada por um cabo inexperiente. Em seguida, ele se mostrou preocupado com as possíveis repercussões do caso.

Na manhã desta sexta-feira (11), o comandante-geral da polícia participou da assinatura de um novo convênio que pretende expandir as atuações do Ciodes. Ele se esquivou e preferiu não falar sobre o assunto. O secretário de Segurança Pública se pronunciou e defendeu o diretor do Ciodes e a maneira como a situação foi conduzida.

"O maior erro foi exatamente de cancelar a ocorrência. Ela deveria ter ficado registrada ainda que mais tarde fosse verificada porque ela não foi devidamente atendida. O cancelamento foi a principal falha por parte do policial. Ele possivelmente não teve condições de atender a ocorrência e encaminhar uma viatura. O que ele não poderia fazer era ter cancelado. Mas isso foi apurado. Ele pode ter feito isso por um erro porque ele era inexperiente na época. Falhas podem ocorrer. Punimos aqueles erros cometidos por má fé", declarou Henrique Herkenhoff. O secretário afirmou ainda que não irá reabrir o processo administrativo que investigou o caso.

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