sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

Tropa de Choque bloqueia 3ª manifestação de estudantes em Vitória

Universitários e policiais ficaram cara a cara na via de acesso ao Tribunal de Justiça. Manifestação é contra aumento da passagem

Tropa de Choque bloqueia protesto de estudantes
Tropa de Choque bloqueia protesto de estudantes

Munidos de escudos e cassetetes homens da Tropa de Choque do Batalhão de Missões Especiais (BME) colocaram fim à terceira passeata dos estudantes da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) contra o aumento dos valores das passagens de ônibus na Grande Vitória. Universitários e policiais ficaram cara a cara na noite desta sexta-feira (21) na altura da via de acesso ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), na Enseada do Suá, em Vitória.

A passeata e interrupções no trânsito da região, por parte dos universitários, acabaram por volta das 21h30. Os manifestantes ficaram cerca de uma hora frente a frente com os militares da Tropa de Choque e resolveram retornar
à fachada da Assembleia Legislativa, onde a concentração e o protesto começaram. Não foram registrados confrontos.

Estudantes organizando manifestação em frente à Assembleia
Estudantes organizando manifestação em frente à Assembleia Legislativa

Além da Tropa de Choque, policiais militares da Rotam e do patrulhamento ostensivo do 1º Batalhão estiveram na companhia de guardas municipais monitorando o protesto. A manifestação foi iniciada às 19h05. Os cerca de 80 estudantes interromperam a Avenida Américo Buaiz, nos dois sentidos, em diferentes momentos.

Família de universitária participa do protesto

Em plena sexta-feira, no momento de maior fluxo de veículos, os estudantes fizeram novo protesto contra o aumento das passagens de ônibus e do valor do pedágio, fechando a Clóvis Machado, via de acessos à Terceira Ponte.

Os motoristas se dividiam entre as críticas e o apoio ao movimento. Alguns reclamavam irritados, outros, passavam, buzinavam e acenavam em apoio ao protesto. Em meio a isso tudo, a polícia mais uma vez apenas observou.

Entretanto, por volta das 20h30 o clima ficou tenso entre os estudantes e a tropa de choque, que ficaram frente a frente e, por pouco, não entraram em confronto.
Os estudantes iniciaram o protesto no início da tarde, em frente à Assembléia Legislativa de Espírito Santo (ALES), gritando palavras de ordem que viraram bordão, como: "Resistir, resistir, até a tarifa cair" ou "Se a passagem não baixar, a cidade vai parar" e interditaram duas das três pistas da Avenida Nossa Senhora dos Navegantes - sentido centro de Vitória - em frente à ALES.

A partir daí começou uma queda de braço entre a polícia e os estudantes, que estudavam cada movimento a ser feito no momento seguinte. O impasse maior aconteceu após a entrada do carro de som que acompanhava os estudantes na rua Clóvis Machado, impedindo completamente o acesso dos motoristas à terceira ponte.

Nesse momento a trope de choque foi posicionada e chegou a fazer alguns procedimentos de intimidação - marchando e batendo nos escudos - contra o grupo que portestava, que sem querer o confronto se sentou no alfalto e de braços levantados pediam a queda da tarifa do Sistema Transcol.

Estudantes organizando manifestação em frente à Assembleia
Estudantes organizando manifestação em frente à Assembleia Legislativa

Depois de uma longa e tensa negociação com o comandante da tropa de choque, major Juffos, os estudantes resolveram não tentar chegar à praça de pedágio, retornando até a assembléia, onde fizeram mais protestos.

Família

Algo que chamou a atenção durante o protesto, foi a presença de toda a família da bacharel em Direito, Daiane Reis: o pai, o segurança Josias Reis; a mãe, a cabeleireira Maria Lúcia Reis; as duas irmãs da estudante, as universitárias Islane Reis e Jaiania Reis, alunas dos cursos de Direito e Geografia.

Orgulhosos da iniciativa das filhas, os pais disseram que apoiam o movimento. Eles consideram que o movimento não é apenas dos estudantes, mas de toda a sociedade. Mas disseram que estavam ali também para protestar contra a atitude do governo do Estado, que preferiu o enfrentamento à negociação, enviando a polícia contra os estudantes.


Em uma atitude arriscada, os manifestantes resolveram caminhar, em passeata, entre os carros na pista que faz o sentido Centro-Zona Norte, em direção à Ponte de Camburi. O trecho estava totalmente interrompido na altura da faixa de pedestres. Integrantes do movimento que observaram veículos desviando do trecho parado e acessando à via que leva aos fundos do Shopping Vitória, resolveram ousar e avançar à frente dos veículos parados.

Logo adiante, o cruzamento sob a Terceira Ponte foi bloqueado neste mesmo sentido. O trânsito ficou completamente interrompido. Posteriormente os manifestantes seguiram em direção às vias que dão acesso à Terceira Ponte. Policiais militares e guardas municipais reforçaram a segurança na região observando a movimentação dos estudantes.

No início do protesto manifestantes interromperam o sentido Zona Norte-Centro, na altura da faixa de pedestres em frente à Assembleia, mas com a faixa da esquerda liberada para tráfego. A interrupção ocorreu inclusive no acesso ao ponto de ônibus, onde alguns dos universitários sentaram na pista. A concentração nesta área começou às 17h30.

Veja vídeo com a Tropa de Choque da PM se mobilizando próximo à Terceira Ponte (vídeo: Almir Neto)

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