Folha Vitória
Uma boca de fumo na Ilha do Príncipe, em Vitória, funcionava em uma casa que era custeada pela Prefeitura de Vitória. A família que comercializava drogas no imóvel não tinha despesas para traficar. Uma mulher, o filho e um amigo deles foram presos em flagrante com 600 papelotes de 35 gramas de cocaína prontos para a venda. Irze Rodrigues, de 52 anos, tenta dar explicações sobre o local onde a droga era escondida.Foto: Reprodução TV Vitória
"A gente tem um cartão, a gente vai lá tirar o dinheiro e paga o dono da casa. Eles pagam o aluguel, a prefeitura, e até se eu não tivesse aqui eu estaria recebendo o dinheiro do aluguel para pagar meu irmão, que eu pago aluguel e é a prefeitura que paga", afirma a acusada.
A conta de água, energia e o o aluguel de R$ 350 da boca de fumo estourada pela polícia eram custeados pela Prefeitura de Vitória. O benefício era recebido pelos acusados desde março deste ano. "Seria acima de qualquer suspeita porque é uma família. Uma senhora de idade com o filho e isso não chamaria atenção da polícia, mas nesse caso nós investigamos. Chegamos até esse local que realmente era utilizado para droga e manutenção de drogas em depósito. E, além disso, é uma casa que era mantida de certa forma pelo poder público porque ela recebia o chamado Aluguel Social. Na verdade ela se utilizou ainda de um benefício público para manter a boca de fumo", explica o delegado Lorenzo Pazolini, da Deten.
Irze possui passagem pela polícia por homicídio. O filho dela, Leandro Rodrigues, de 18 anos, e o amigo, Arthur da Silva, de 19 anos, possuem passagem por tráfico de drogas. O jovem Leandro ainda tentou inocentar a mãe. "Não sabia de nada. Ela foi ver porque os caras estavam invadindo a casa dela, eu estava lá, tinha que fazer o que? Tinha que ir lá ver", diz Leandro.
Apesar das explicações, o delegado não tem dúvidas sobre a participação de Irze. A pena pelo crime pode chegar a 25 anos de reclusão. "Infelizmente ela tinha participação com o filho, até por ser uma senhora de idade, por manter em depósito a responsabilidade deles à incubência do filho, da mãe e do terceiro envolvido. Então ela manteve em depósito a droga em uma residência que era acima de qualquer suspeita na Ilha do Príncipe", diz o delegado.
Sobre Irze Rodrigues, que está recebendo R$ 510 de aluguel provisório desde novembro de 2008, a Prefeitura de Vitória informou que, ao sair de Piedade, onde sua casa apresentava riscos estruturais, a beneficiária foi morar em São Pedro e desde agosto residia no bairro Ilha do Príncipe. A cada três meses durante as visitas efetuadas pelas assistentes sociais ela tem apresentado o comprovante de pagamento do aluguel para o qual o benefício é destinado. A prefeitura esclarece que no final do mês passado a equipe social visitou Irze Rodrigues, que informou estar realizando um tratamento para curar uma artrose.
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