Debaixo de garoa, o maior avião do mundo, o Antonov An-225 Mriya, pousou pela primeira vez no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), às 11h02, desta segunda-feira (14), vindo de Houston, nos Estados Unidos.
A aeronave mede 84 metros de comprimento, tem 88 metros de envergadura (distância entre a ponta das asas) e pesa 175 toneladas sem carga e combustível.
Com seis turbinas, o An-225 pode carregar até 250 toneladas no compartimento de cargas.
Além disso, pode transportar itens na parte externa e superior da fuselagem. Ele é o único exemplar deste porte em atividade no mundo.
Rota Mesmo com a garoa, o pouso foi tranquilo e ocorreu às 11h02 e teve 10 minutos de duração.
O Antonov desceu na cabeceira 15 do aeroporto, foi até o final da pista, depois taxiou e estacionou em um hangar. De acordo com o gerente de operações do Aeroporto de Viracopos, Marcelo Mota, no momento do taxiamento, as ações no aeroporto foram suspensas para permitir que a aeronave ficasse sozinha na pista e foram usados balizadores para guiar o piloto no ângulo correto.
"Fizemos um planejamento muito grande e diversas medidas de segurança quando de preparação de pista de pouso, decolagem para que a aeronave chegasse. É uma aeronave gigantesca. Para estacionar uma aeronave desta no pátio tivemos que reservar três posições de grandes cargueiros. Ela sozinha ocupa essas posições. Não tivemos nenhum incidente”, disse.
Primeiramente, foi divulgado que a aeronave viria do Chile, mas o pouso não foi autorizado por lá, por isso, o plano de voo foi alterado e o avião veio direto dos Estados Unidos para a escala em Campinas.
Ainda nesta tarde, a aeronove vai carregar uma peça que servirá de suporte para o gerador de 150 toneladas que ele pegará ainda nesta noite de segunda no Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). Dali, segue para Santiago, no Chile.
Dia histórico
Segundo o gerente de operações, a segunda-feira foi histórica para o Aeroporto de Viracopos, já que além do pouso do maior avião do mundo, a aeronove da banda americana Guns n Roses, que fez dois shows em São Paulo no final de semana, também está no terminal e carros de Fórmula 1, ainda vão passar pelo local após o GP do
Brasil, realizado neste domingo (13), no Autódromo de Interlagos.
7h30 para ver o Antonov
Uma família de quatro pessoas viajou 7h30 de Curitiba (PR) até Campinas (SP), nesta segunda-feira, só para ver o pouso do Antonov An-225. A aeronave, criada nos tempos da Guerra Fria, seguiu para Guarulhos (SP) depois do pouso em Viracopos.
“Eu vim de Curitiba e faço o curso para virar piloto profissional desde 2012. Eu vim pela história dele, por ele ter surgido na Guerra Fria, e por ser único do jeito que é”, explica o assistente administrativo Rafael Ferreira da Silva, de 23 anos.
“Não precisei nem fazer força [ para convencer a família]. Eu já vim ver aviões diferenciados.Pra cá especificamente é a primeira vez. Daqui, vamos acompanhar a chegada dele em Guarulhos”, adianta o fã do Antonov, o maior avião do mundo.
Ônibus espacial Segundo o professor do departamento de engenharia aeronáutica da Universidade de São Paulo (USP), James Waterhouse, o avião tem um porte monumental porque foi projetado para transportar o Buran, que era o ônibus espacial soviético.
"Baseado no Antonov 124, que era um avião enorme, fabricado em série, eles desenvolveram uma versão maior ainda. Aumentaram as asas, fuselagem, colocaram uma cauda especial e colocaram o Buran em cima [...] Eles utilizaram seis motores e aí ficou um avião simplesmente descomunal", explica.
O Antonov An-225 fez seu primeiro voo em 1988, mas os planos de construir outras unidades foram cancelados com o fim da União Soviética e o colapso do programa espacial Buran. "Com o colapso, esse avião ficou parado e depois, eles fizeram manutenção e começaram a utilizar para carga, porque existe uma demanda por um avião de carga no mundo que possa levar coisas extremamente grandes e pesadas e que nenhum outro conseguiria levar", destaca o professor.
Waterhouse afirma ainda que aparições dele no Brasil não são comuns. "Esse avião tem uma colocação única no mundo. Ele tem uma agenda lotada, com vários meses ou até anos de antecedência para fazer esse tipo de serviço. De vez em quando, em raras vezes, ele aparece no Brasil trazendo uma carga ou outra como o que vai acontecer", explica. A primeira vez que ele veio ao país foi em 2010 para trazer equipamentos para a Petrobras. A aterrisagem ocorreu em Guarulhos. Gostou? Então divulgue! TwitterFaceBookGoogle Buzz
Loading
Nenhum comentário:
Postar um comentário