quinta-feira, 17 de setembro de 2015

“Essa guerra não era do meu filho”

Afirmação é da mãe de Alessandro da Silva. Ela ouviu os tiros que mataram o filho e disse que ele nada tinha a ver com a criminalidade

“Essa guerra não era do meu filho. 
Ele morreu inocente”
O desabafo foi da dona de casa Andreia da Silva, de 41 anos, na manhã de ontem, após ver o seu filho, o jovem Alessandro da Silva Verneck,de 18, assassinado,na frente da casa onde morava. 
A vítima foi morta a tiros e os criminosos não foram presos. 
O crime aconteceu por volta das 7 h 30, na rua Valter Chagas, no bairro Piranema, em Cariacica.
 Alessandro tinha saído de casa para ir trabalhar e se sentou em um campo de futebol para tomar sol. 
“Era costume dele ficar sentado no campo tomando sol, esperando para começar a trabalhar em uma obra na rua”, afirmou a mãe. 
De acordo com investigadores da Divisãode Homicídiose Proteção à Pessoa (DHPP), bandidos armados chegaram por trás da vítima e atiraram. 
Ninguém soube especificar quantos criminosos participaram do assassinato.
 Em seguida, os assassinos fugiram a pé. 
A polícia fez buscas na região, mas nenhum suspeito foi
localizado. 
Foram contadas 14 perfurações pelo corpo da vítima. 
A mãe de Alessandro afirmou que o filho não era envolvido com crimes e que também não estava sendo ameaçado. Moradores acreditam que o rapaz tenha sido mais uma vítima da rivalidade entre traficantes de um bairro vizinho.
“Eles não querem saber quem é. 
Atacam qualquer um na rua e acabam matando inocentes ”,disse uma moradora, que não quis se identificar com medo de represálias. 
Moradores de Piranema afirmaram ainda que estão sendo atacados por traficantes do bairro Flor de Piranema. 
“Eles chegam atacando e atirando em qualquer pessoa. 
Muitos inocentes já morreram e tenho medo que outras pessoas possam morrer. 
É guerra de tráfico, mas quem paga são inocentes”, disse a moradora. 
A dona de casa acompanhou o trabalho da perícia e se desesperou no momento em que o corpo do filho foi recolhido para ser encaminhado para o Departamento Médico Legal (DML), em Vitória. 
“Por que fizeram isso com meu filho? Me deixem ver,deixem eu passar a mão nele. 
Eu quero pegar o meu filho”, gritava a mãe, enquanto era amparada por familiares e amigos. 
Segundo a polícia, Alessandro nunca havia sido preso. 
O assassinato será investiga do pela Delegacia de Crimes Contra a Vida (DCCV) de Cariacica.
ANDREIA DA SILVA MÃE DA VÍTIMA 
“Ouvi tiros. 
Foi muito desespero” A dona de casa Andreia da Silva, mãe de Alessandro da Silva Verneck, 18, que foi assassinado na manhã de ontem, no bairro Piranema, em
Cariacica, falou do desespero ao saber da morte do filho. 
A TRIBUNA –Como a senhora soube que o seu filho havia sido assassinado? 
ANDREIA DA SILVA – Eu estava na minha casa e ouvi os tiros.Foram muitos. 
Na hora eu pensei: “Mataram o meu filho”. 
Depois saí correndo para a rua e encontrei uma vizinha. 
Eu perguntei se tinha sido com o meu filho e ela disse que sim.
Aí vi que era ele mesmo. Ouvi os tiros e vi o meu filho morto. É muito sofrimento. 
>O que sentiu na hora? 
Foi muito desespero, fui perto dele,mas vi que ele já estava morto. Espero que nenhuma outra mãe sofra o que eu estou sofrendo agora. 
É muita dor. 
>Como era o seu filho?
 Ele era um menino tranquilo, brincalhão, era muito querido por todos no bairro. 
Ele não tinha problema com ninguém aqui, todo mundo gostava dele. 
Meu filho não merecia morrer assim, ele era inocente. 
>O que a senhora acha que aconteceu? 
Tenho certeza que ele estava no lugar errado, na hora errada.
Meu filho foi morto por causa da guerra do tráfico, da qual ele não fazia parte. 
Ele nunca usou drogas, nem bebia. 
Era um filho muito bom. 
>O que a senhora espera que aconteça? 
Que os culpados sejam punidos e que essa guerra acabe antes que outras pessoas inocentes morram. 
E antes que outra mãe sofra o que eu estou sofrendo. 

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