
Confronto chegou à cidade de Kramatorsk, segundo centro anti-terrorista. Nesta sexta-feira, dezenas de pessoas morreram em Odessa e Slaviansk.
O chefe do centro anti-terrorista da Ucrânia disse, neste sábado (3), que há um confronto pesado ocorrendo na cidade de Kramatorsk, que fica ao sul da cidade separatista de Slaviansk, segundo a Reuters.
Dando poucos detalhes, Vasyl Krutov disse em uma coletiva de imprensa: "Há tiroteio e confrontos na região de Kramatorsk... O que estamos enfrentando na região de Donetsk e nas regiões do leste não é apenas um tipo de revolta de curta duração, é na verdade uma guerra."
"Nos movemos para Kramatorsk sob intenso fogo terrorista. Há confronto", disse o ministro do Interior da Ucrânia em sua página no Facebook. Tropas ucranianas têm rodeado tanto Kramatorsk como Slaviansk, a fortaleza das milícias pró-russos, de acordo Abákov, que pediu à população civil de ambas as cidades para permanecerem em suas casas.
Ainda segundo a Reuters, as forças ucranianas conseguiram retomar o controle do serviço de segurança da cidade. "Agora ele está sob o controle da Guarda Nacional", disse o Ministério do Interior, em um comunicado. A televisão local mostrou fotos de veículos blindados se movimentando pela cidade.
Inspetores liberados
Ainda neste sábado, a os milicianos separatistas pró-russos do leste da Ucrânia libertaram os observadores militares europeus que estavam retidos em Slaviansk desde o dia 25 de abril, segundo a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
A OSCE tem na Ucrânia uma missão especial de observação civil, com 140 analistas distribuídos por todo o território, e cuja presença é apoiada pelos 57 Estados que formam a organização, incluindo a Rússia A organização afirmou, neste sábado, que a situação no leste e no sul da Ucrânia pode se deteriorar rapidamente, defendeu o diálogo para se sair da crise e pediu que todas as partes não utilizem a violência.
O presidente e ministro das Relações Exteriores da Suíça, Didier Burkhalter, cujo país exerce a presidência rotativa da OSCE, manifestou em um comunicado seu alívio pela libertação dos observadores militares e alertou sobre a situação no país. Burkhalter advertiu que a situação no leste e no sul, onde nas últimas horas foram registrados dezenas de mortos, pode se "deteriorar rapidamente" e que é preciso voltar ao diálogo para pôr fim ao aumento da tensão.
O presidente rotativo da OSCE solicitou a "todas as partes" que neste momento atuem "de maneira responsável, com a máxima moderação, que se abstenham do uso da violência e busquem uma solução através do diálogo". Para Rússia, realização de eleição é absurda O governo russo afirmou, neste sábado, que considera absurda a realização da eleição presidencial antecipada na Ucrânia, prevista para o dia 25 de maio.

"É evidente que, sob a Constituição atual, em meio a operações militares, a um ataque punitivo e a assassinatos em massa, é no mínimo absurdo falar de eleições", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, neste sábado, segundo a AFP. Segundo ele, a Rússia não sabe ainda como reagir à crise na Ucrânia, onde a violência atingiu novos patamares na sexta-feira, com confrontos e o incêndio criminoso em Odessa, que deixaram 42 mortos, de acordo com o último registro oficial. "Em Odessa, pessoas desarmadas foram queimadas vivas ontem", indicou o porta-voz do Kremlin. "Nós, infelizmente, não podemos expressar nossas condolências às autoridades de Kiev, já que as autoridades de Kiev não existem como tais", acrescentou. A Presidência russa também advertiu que Moscou não é mais capaz de reduzir o nível de tensão no leste da Ucrânia.
"A Rússia perdeu sua influência sobre (as milícias e pessoas armadas no sudeste) porque será impossível convencê-las a se desarmarem e impedir a resistência no contexto de ameaça direta à vida", declarou Peskov.
Incêndio em Odessa
Nesta sexta-feira, um confronto entre partidários do governo em Kiev e militantes pró-Rússia deixou mais de 30 mortos em Odessa, no sul da Ucrânia, no mesmo dia em que o Exército ucraniano lançou uma ofensiva para recuperar a cidade separatista de Slaviansk, no leste do país.
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