sexta-feira, 28 de março de 2014

Escrevente de cartório do ES é presa suspeita de falsificar documentos



Reprodução/Thiago Reis
Polícia fecha cartório clandestino em Jardim Camburi e prende escrevente 

 A polícia civil fechou um cartório que funcionava clandestinamente dentro de um apartamento no bairro Jardim Camburi, em Vitória, na manhã desta quarta-feira (26). A operação resultou na prisão em flagrante da escrevente, Auxiliadora Maria Soares Roriz, 44 anos, que era a responsável pelo estabelecimento ilegal. 
 O apartamento usado como “sucursal” de um cartório legalizado e que funciona em Barra do Magaraí, uma comunidade situada no município de Santa Leopoldina, fica ao lado do que ela reside. 

De acordo com o delegado Danilo Bahiense, os investigadores encontraram um notebook, impressora, uma mesa de escritório, cadeiras, documentos, papéis timbrados para fazer escrituras, selos que servem para autenticar documentos, capas de procedimentos, carimbos e blocos de notas fiscais (que tinham a segunda via jogada fora) e papéis que serviam para controle dos serviços prestados, nos quais constavam os livros e páginas dos documentos emitidos. “Foi encontrado um contrato em nome do cartório que, quando o policial botou a mão, ela queria de volta. Era o contrato de locação do imóvel”, disse. 

 Auxiliadora foi autuada em flagrante por falsidade ideológica e supressão de documentos – já que jogava fora a segunda via das notas de serviços prestados, sonegando valores ao Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES). Segundo Bahiense, ela ainda pode ser indiciado por outros delitos entre eles enriquecimento ilícito e falsificação de documentos públicos. 

O delegado pediu a prisão preventiva da acusada e o afastamento dela do cartório. 

Investigações começaram em dezembro de 2013 

Os policiais descobriram o local após um processo de investigação iniciado ainda em dezembro do ano passado. 
Thiago Reis
“Em 02 de dezembro de 2013, fui contactado pela assessoria da presidência do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, porque um cidadão de posse de um alvará autêntico tentava sacar, no Banestes do Tribunal, R$ 2 milhões referentes a precatórios”, explicou o delegado Danilo Bahiense. 

De acordo com o delegado, tratava-se na verdade de um golpe. O documento estava assinado pelo presidente do TJES e estava no nome de uma empresa de transportes sediada no Estado de São Paulo. Entretanto, quem foi ao banco para pegar a quantia foi Hélder Fabrício Grijó, 38 anos, que se identificou para a polícia como motorista. Ele tentou transferir o valor para sua conta na agência de Jardim América, mas acabou preso em flagrante. 

 Bahiense revelou que a primeira coisa que chamou a atenção dos policiais no documento foi o fato de ele ter sido emitido em um cartório de Barra do Magaraí, uma comunidade situada no município de Santa Leopoldina. “Não tinha lógica. Era mais fácil o empresário desembarcar no aeroporto, pegar o alvará em um cartório de Vitória, pegar o dinheiro e voltar para São Paulo”, disse. 

A equipe foi ao cartório no interior do Estado e verificou que o local funciona legalmente. Entretanto, foi descoberto que a procuração não constava nos livros. As cópias dos documentos utilizados para fazê-la. 

Durante as investigações ainda foi descoberto que o responsável pela empresa paulista de transporte, a qual o alvará estava destinado, não estava no país na data em que o documento foi emitido. 

Suspeito está foragido 

 Segundo a polícia, quem intermediou todo o esquema era o corretor, Welington França de Paula.
Reprodução/Thiago Reis
 O suspeito é amigo de Auxiliadora e era quem trazia os documentos. Ele está foragido, de acordo com Bahiense. 

Há uma quarta pessoa envolvida no esquema, mas o delegado optou por ocultar a identidade dela para não atrapalhar o andamento das investigações. 


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