quarta-feira, 26 de março de 2014

Cabeleireira foi morta por encomenda do ex-marido



Homem usou o dinheiro da vítima para pagar ao assassino 

O fim do romance com a cabeleireira Ivone Borges Mota, 42 anos, foi o motivo para o motorista Nerivaldo Pereira dos Reis, 56, contratar um pistoleiro para matá-la, em Jardim Camburi, Vitória. O valor do serviço foi pago com o dinheiro que o assassino roubou da própria vítima, no momento do crime, em dezembro do ano passado. 

 A descoberta foi feita esta semana, durante as investigações da Delegacia de Homicídios e Proteção à Mulher (DHPM). Nesta sexta-feira (21), o homem que assassinou a cabeleireira foi preso. O caminhoneiro Virmondes Lins, 38, foi detido em uma pousada em Jacaraípe, na Serra. 

“Em depoimento, ele confessou ter sido contratado pelo ex-marido da mulher para matá-la numa ação que teria que parecer um roubo. E descreveu detalhadamente todo o plano para a morte da cabeleireira”, explicou o delegado Adroaldo Lopes, da DHPM. 

 Ivone foi executada com um tiro na cabeça, na frente da filha, Uane Motta dos Santos, 23. As duas foram abordadas quando saíam do salão de beleza de Ivone, no dia 23 de dezembro, na Rua Ruy Pinto Bandeira, em Jardim Camburi. 

 No dia do crime, o assassino foi levado de carro ao salão pelo ex-marido da vítima, que também deu fuga a Virmondes. O atirador também roubou a bolsa da cabeleireira, onde havia R$ 3 mil, que seriam entregues como 13º salário para as funcionárias. 

A bolsa foi entregue ao ex-marido da vítima, mandante do crime, Nerivaldo dos Reis. Ele entregou R$ 1 mil ao executor e deu o revólver calibre 38 – usado no assassinato – para Virmondes como forma de pagamento pela empreitada.  

Mandante 

Nerivaldo foi preso no início da semana, como mandante do crime. Em depoimento, ele negou participação. O motorista possui passagem na polícia por participação a um roubo ao ônibus do Grupo Olodum, na Bahia, em 2006. 

 O ex-marido contratou Virmondes por intermédio de um amigo em comum, identificado como Gildásio Souza do Nascimento, 35, que chegou a emprestar o carro usado no dia da emboscada contra a cabeleireira. Gildásio foi preso na saída de um shopping, na quarta-feira, depois de se encontrar com um advogado.

Todos foram detidos após a Justiça aceitar o pedido de prisão temporária feito pelo delegado Adroaldo Lopes. 

Bilhete deixado por vítima denunciou ex-marido 

No dia do crime, a polícia encontrou um bilhete na bolsa de Ivone, onde ela dizia que, se alguma coisa lhe acontecesse, o culpado seria Nerivaldo. 

 “No bilhete, ela descrevia o endereço, telefone e até contatos de parentes dele na Bahia, o que indica que a vítima recebia ameaças do ex-marido”, informou o delegado Adroaldo Lopes. 

A família confirmou que Ivone era ameaçada pelo ex-marido. Ele achava que tinha sido traído. 

A cabelereira já havia registrado uma queixa contra o ex-marido, e o delegado pedido uma medida protetiva. A Justiça, porém, não concedeu a proteção. “A medida protetiva poderia ter evitado tudo isso, teria resolvido essa situação”, afirmou Uane Mota dos Santos, 23, filha de Ivone. 

Dor 

Uane compareceu à delegacia nesta sexta-feira (21), e ficou frente a frente com o homem que confessou o assassinato. “Olha para mim, você não olhou no meu olho quando matou a minha mãe? Você sabe a dor que eu senti? Naquele dia, eu morri também!”, disse, enquanto Virmondes escondia o rosto. 

O atirador pediu desculpas à jovem e disse que não sabia que ela era filha da vítima, pois Nerivaldo teria dito que ela era manicure. “Eu não sabia, e me arrependo”, afirmou. 


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