
Veja imagens de naufrágio de cruzeiro registradas por celulares das vítimas
O ministro da defesa Giampaolo di Paula classificou o acidente como um enorme erro humano.
É possível ver a tragédia do naufrágio em vídeo. Um dos turistas teve a frieza de gravar os momentos que antecederam a retirada de mais de quatro mil pessoas do imenso navio Costa Concordia, que tombou em águas italianas na sexta-feira (13).
Primeiro, o apagão. Depois, é possível ouvir os anúncios feitos pela tripulação, também em português. “Senhoras e senhoras, sua atenção, por favor. Tivemos um problema nos nossos geradores elétricos. A situação está sob controle. Pedimos a calma e, assim que tivermos novidade, faremos um novo anuncio. Muito obrigado”, dizia a voz.
Já vestindo o colete salva-vida, os passageiros são encaminhados para o deck do navio. Em seguida, embarcam nos botes rumo a terra firme. A voz em português era da brasileira Katia Feitosa, que há 13 anos trabalha no Mar Mediterrâneo. “No momento do blackout, a gente percebeu que tinha alguma coisa que não era normal”, disse.
Kátia está em um hotel com outros tripulantes. Há poucos quilômetros, a esperança de encontrar alguém com vida se concretizou na madrugada com o resgate de um casal que passava a lua de mel a bordo. Os dois sul-coreanos estavam trancados na cabine.
De manhã, foi a vez do resgate feliz de um verdadeiro herói. O comissário Manrico Gianpetroni salvou centenas de passageiros e ficou no navio até que todos desembarcassem. Foi encontrado vivo, com uma fratura exposta na perna, depois de 36 horas de terror.
O tempo no litoral da Toscana deste domingo (15) ajudou as buscas com sol e mar calmo. Os bombeiros procuram os desaparecidos nas próprias cabines em que estavam hospedados no navio. É um trabalho muito difícil, porque algumas estão inundadas.
O Concordia está inclinado a quase 90º. A água invadiu os quartos, que estão abaixo do nível do mar. Neste domingo, mergulhadores encontraram os corpos de um casal de idosos, um italiano e um espanhol, aumentando o número de mortos para cinco. “Eles estavam no terceiro andar, em um salão de convivência”, contou um oficial da guarda costeira italiana.
Quinze pessoas continuam desaparecidas. Um pai e uma filha de 5 anos estão sendo procurados. Também um homem de 84 anos. A mulher dele, de 83 anos, conseguiu escapar.
A Procuradoria de Grosseto está investigando por que o comandante do navio chegou tão perto da Ilha do Giglio. Uma das hipóteses é a de que ele quisesse homenagear alguém com esse gesto. Talvez um capitão da Costa Cruzeiros que se aposentou – ou quem sabe para que os passageiros pudessem saudar os moradores da ilha. O navio deveria ter passado a nove quilômetros da costa, mas passou a apenas um.
Francesto Schettino está preso em Grosseto, acusado de homicídio culposo. Segundo o procurador, ele abandonou o navio às 23h30, ainda com muitos passageiros a bordo. O último bote de salvamento deixou a embarcação às 3h.
Em uma entrevista para a TV italiana, o capitão negou a acusação afirmando que foi um dos últimos a sair. Segundo a imprensa italiana, a Guarda Costeira chegou a pedir ao comandante para voltar para o navio.
Francesto Schettino não lembra se os sistemas de segurança do navio detectaram as rochas em que ele bateu, mas foi claro: “Elas não estavam na carta náutica”. O ministro da defesa Giampaolo di Paula classificou o acidente como um enorme erro humano.
Neste domingo, a caixa preta revelou que desde a batida até o alarme uma hora se passou. Muitos criticaram a demora na operação de salvamento. “É muito difícil tomar a decisão de evacuar quase cinco mil pessoas”,
Enquanto muitos turistas brasileiros já voltaram ao país, os tripulantes serão os últimos, sem dinheiro e sem roupas. “O importante é sair vivo. Os bens materiais a gente depois recupera”, diz um passageiro.
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