Feira de Piúma passa por perícia e laudo deve sair em 10 dias

TV Vitória
Redação Folha Vitória

Após desabamento, feira de Piúma passa por perícia e laudo deve ser divulgado em 10 dias (ES)

No dia seguinte ao acidente que provocou a morte de um homem, turistas e moradores de Piúma olhavam curiosos para o que sobrou da estrutura da feira de artesanato que ainda está caída no chão após uma forte ventania. O local passará por uma perícia e o resultado deve sair em dez dias.

De acordo com o secretário de Saúde de Piúma, o Corpo de Bombeiros havia vistoriado a estrutura da feira. “O Corpo de Bombeiros seria o órgão competente para falar alguma coisa, mas eles me passaram que vão assinalar qual foi o problema, o fato preponderante para ter ocorrido o acidente”, explicou Alex Wingler.

Segundo a prefeitura do município, cerca de 300 pessoas estavam no local na hora do acidente. Seis ficaram feridas e um turista de Goiás, de 35 anos, que estava na cidade com os pais e a esposa, foi atingido na cabeça por uma barra de ferro. A pancada foi tão forte que ele morreu minutos depois do acidente.

A área foi isolada pelo Corpo de Bombeiros, mas mesmo assim alguns expositores se arriscaram e tiraram as mercadorias. Testemunhas disseram que foram surpreendidas por um forte vento, que durou cerca de cinco minutos.

Uma expositora que estava com uma barraca de roupas contou como foram os minutos de tensão. “Estava ventando muito. O vento começou balançando e empurrando a lona de cima. Fiquei com medo e até falei com a minha amiga que parecia que aquilo tudo ia voar. Quando eu olhei as colunas estavam subindo. Eu saí e quando cheguei ali fora não tinha mais estrutura”, disse Lucinéia Oliveira Silva.

Uma agente de saúde que está passando férias na cidade e presenciou o tumulto contou que o marido dela chegou a registrar cenas que mostram o desespero de algumas pessoas. “Um tumulto muito grande, o pessoal desesperado, pessoas machucadas. Todo mundo correndo gritando porque tinha parente lá dentro ainda, pessoas que ficaram presas lá dentro. Aqui fora também havia muitas pessoas machucadas, correndo para lá e para cá. Foi um susto muito grande”, contou Regilane Zuim.

Reginaldo Pereira, que também estava expondo na feira, disse que tentou socorrer o turista. “Foi uma cena muito forte e tinha muito sangue no local. Ali mesmo eu tive certeza de que para aquele homem escapar, só um milagre”, contou.

O secretário de Saúde afirmou que as ambulâncias chegaram em 15 minutos e todos os feridos foram atendidos. Ele disse ainda que a feira acontece há dez anos na cidade e que foi a primeira vez que, infelizmente, aconteceu essa fatalidade. “Em 20 minutos eu cheguei ao local e já não tinha mais nenhum ferido, todos já tinham sido levados para o hospital. O SAMU chegou muito rápido para fazer o socorro”, disse Alex Wingler.

Um artesão que também estava na hora do acidente reclamou que a base da estrutura da feira não estava fixada no chão. “Esses ferros não estavam chumbados no chão, eles estavam amarrados em cordas. Quando bateu o vento, um ferro levou o outro. Foi um efeito dominó mesmo. Se tivesse chumbado, isso não teria acontecido, teria levantado a lona, mas o ferro não”, afirmou Yuri Mendonça.

A assessoria do Corpo de Bombeiros informou que a feira não tinha licença da corporação para estar funcionando. A Polícia Civil foi ao local depois do acidente e realizou a perícia. O delegado responsável pelo caso, Milton Sabino, disse que pediu urgência no resultado da perícia, mas vale destacar que a equipe tem um prazo de dez dias para divulgar o laudo.
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