quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Especialista alerta que ES não está preparado para desastres

TV Vitória

Após acidente na Bacia de Campos, especialista alerta que ES não está preparado para lidar com desastres ambientais

Depois que o Ibama alertou que o óleo que está vazando na Bacia de Campos, no Rio de Janeiro, pode chegar ao Espírito Santo, especialistas se apressaram em dizer que o Estado não está preparado para lidar com desastres ambientais.

O acidente na perfuração de um poço de petróleo da empresa americana Chevron aconteceu há 16 dias e o óleo ainda está vazando, apesar de em menor quantidade. A mancha está distante do litoral, mas as correntes podem fazer óleo percorrer 120 quilômetros em duas semanas, atingindo praias cariocas, paulistas e capixabas.

Segundo especialistas, o Brasil como um todo não está preparado para acidentes nessas proporções porque não há um Plano de Contingência. “Não só o Espírito Santo como o Brasil não está preparado para um desastre como esse porque não temos órgãos especializados na atenuação de problemas ambientais proporcionados pela indústria do petróleo, que está aumentando a produção e não está se preparando para a prevenção necessária”, esclareceu o especialista em Gestão Ambiental Marco Bravo.

A mancha de óleo diminuiu de tamanho, de 12 para 6 km na última segunda-feira (21), mas os especialistas alertam que isso não significa nada. A maior parte do óleo não está na superfície. Esse material deve passar por um processo químico e se transformar em bolas de piche. São essas bolas que devem chegar às praias e causar muitos estragos.

“Chegando aqui isso vai se incrustar nos corais, que são indicadores de qualidade ambiental, nos moluscos, nos crustáceos e nas aves marinhas. Quer dizer, isso vai causar uma catástrofe ambiental e afugentar o turista da praia, que vai ficar imprópria para banho. O Estado vai ter um prejuízo ambiental e econômico”, acrescentou.

O Instituto Estadual do Meio Ambiente (Iema) divulgou uma nota dizendo que não foi acionado para monitorar o acidente e que o órgão responsável é o Ibama. Já o Ibama no Espírito Santo informou que quem está cuidando do caso é o escritório do órgão no Rio de Janeiro e não informou se o Estado está preparado para atuar em casos de vazamento de óleo no litoral capixaba. Para Marco Bravo, fatos como esse são a prova de que estados produtores de petróleo precisam receber mais recursos dos royalties. Afinal de contas, são eles que sofrem quando a situação sai do controle.

“Os estados produtores de petróleo correm um risco muito grande de terem acidentes. É lógico e justo que eles recebam uma parcela maior dos royalties. Precisamos ter equipes de prevenção e corremos riscos ambientais com mais veemência do que estados que não produzem”, finalizou.
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