segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Crack: Espírito Santo sofre com aumento do consumo da droga



BRASÍLIA - Produzido até na Amazônia e com métodos rudimentares de refino e distribuição, o crack já consolidou no Brasil uma indústria que movimenta diariamente R$ 20 milhões. Estimativas da Comissão de Segurança da Câmara dos Deputados e da Polícia Federal indicam que os brasileiros consomem todos os dias, entre 800 quilos e 1,2 tonelada da "pedra", a droga ilícita campeã em mortes rápidas e no flagelo da degradação familiar.

Os números são conservadores e consideram o universo de 1,2 milhão de usuários de crack no país. Para consolidar pela primeira vez os dados do giro financeiro da pasta-base de cocaína misturada ao bicarbonato de sódio, os especialistas levaram em conta um consumo diário, por usuário, de quatro pedras, sendo que cada uma delas vale R$ 5 em bocas de fumo e "cracolândias" espalhadas nas capitais do Brasil. Porém, as ruas e a experiência das clínicas de recuperação mostram que o dependente só para de fumar quando termina o dinheiro ou quando ele atingiu o esgotamento, o que pode ocorrer depois da 20 dose.

Por onde vem o crack?

Diante do grande consumo do entorpecente no Brasil e em Pernambuco, segundo dados apontados pela pesquisa, uma pergunta básica vem à tona. Por onde a droga passa até chegar às mãos dos usuários? Segundo o gestor do Departamento de Repressão ao Narcotráfico (Denarc), delegado Luiz Andrey, o caminho é extenso e passa por fronteiras e alguns estados brasileiros. “Primeiro, a pasta base da cocaína, que é a matéria prima do crack, vem da folha da cocaína e nós não temos essa plantação aqui no Brasil. Ela vem do Peru, Colômbia e Bolívia. Principalmente, da Bolívia”, explicou o delegado, que tem à frente do órgão a missão de desarticular quadrilhas que trabalham na comercialização das drogas ilícitas no Estado.

Ministro da Saúde diz agora que crack é nova epidemia no país

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou, neste domingo (13), que a dependência do crack é uma nova epidemia no país.

Ao discursar para a juventude do PT --reunida em seu segundo encontro, em Brasília--, Padilha disse ainda que os usuários da droga não devem ser tratados como bandidos.

No discurso, Padilha disse que o país vive duas novas epidemias que atingem a juventude. Uma é de acidentes de trânsito. "Uma outra epidemia", disse ele, "É a epidemia do crack."

"Não podemos amenizar o tema. Quem já foi na cracolândia sabe que esse é um mercado novo de drogas, uma droga barata, desestruturadora de famílias, que interrompe projetos individuais", acrescentou o ministro, que até o mês passado rechaçava a classificação do problema como epidêmico.
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