
Determinação : Sem medo, Cristiane Donizete dos Santos, 35 anos, encara o torno semiautomático
A habilidade e o cuidado das mãos femininas estão ganhando cada vez mais espaço nas indústrias. De acordo com Carlos Aielo, gerente regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp), existe uma tendência de maior contratação de mulheres por parte das indústrias.
Ele afirma que elas estão galgando espaços em funções que no passado foram consideradas tipicamente masculinas. Um dos motivos é o valor do seguro das máquinas e equipamentos, pagos pelas empresas, que são menores, quando operadas por mulheres. "O sinistro chega a ser 20% menor, poque a ocorrência de acidentes e o desgaste são normalmente menores", diz.
Um exemplo dessa predileção é uma fábrica de panelas de alumínio de Araraquara, em que no mês de setembro, pela primeira vez, a contratação de mulheres foi superior a de homens.
O chefe do setor de recursos humanos da empresa, Sidnei Mastroiano, conta que, das 18 contratações feitas para a área industrial no mês passado, sete foram homens e 11 mulheres. "A tendência é aumentar o números de mulheres. Elas são mais cuidadosas."
Já em uma fábrica de meias da cidade, a tradição de mulheres trabalhando na área produtiva é antiga. Segundo o gerente de recursos humanos, Carlos Alberto Gonçalves, entre janeiro e setembro do ano passado, foram contratadas 979 mulheres. No mesmo período deste ano, o número de contratações foi de 1.244, ou seja, 27% maior.
Berçários
Aielo conta que em algumas indústrias em outras cidades, está se tornando comum a instalação de berçários. "Assim a mãe trabalha tranquila e produz mais."
Cristiane Donizete dos Santos, de 35 anos, trabalha como operadora de torno semiautomático, uma das funções da indústria até pouco tempo assumidas apenas por homens. Contratada há cinco meses, conta que fez curso de usinagem para pegar o emprego e diz sentir-se bem trabalhando em um ambiente masculino.
800 mil
é o número de mulheres empregadas em indústrias no Estado de São Paulo, 100% a mais que em 2001.
Análise
Salário é mais baixo
Infelizmente, o salário pago para as mulheres costuma ser inferior ao dos homens que exercem a mesma função. Não sei se esta é a realidade em Araraquara, mas, em nível nacional, é bem assim que acontece.

As indústrias perceberam que a mulher é mais cuidadosa do que o homem, de forma que a depreciação dos equipamentos é menor. Além disso, existe um problema de falta de mão de obra, principalmente especializada. Frente a essa realidade, uma das saídas é abrir o mercado de trabalho para o público feminino.
As mulheres cada vez mais buscam qualificações e ocupam lugares na sociedade. Só precisa aumentar o salário. Gostou? Então divulgue! TwitterFaceBookGoogle Buzz
Loading
Nenhum comentário:
Postar um comentário