Foto: Reprodução TV Vitória![]() |
Traficantes impõem toque de recolher após morte de jovem de 16 anos na Serra-ES
Traficantes do bairro Carapina Grande, no município da Serra, decretaram toque de recolher aos moradores na manhã desta quarta-feira (14). Eles espalharam cartazes pelas ruas determinando que os estabelecimentos fossem fechados. A ação teria sido em retaliação à morte de um adolescente de 16 anos na última segunda-feira (12).
Parte do comércio fechou as portas e a unidade de saúde não funcionou por causa da imposição. As aulas da escolinha de futebol foram canceladas e os operários que trabalham na reforma das arquibancadas do campo abandonaram a obra. "Nós estamos no final dos tempos mesmo, não temos pra onde correr. Tudo quanto é lugar está dando isso. E tem que recolher mesmo porque se não obedecer, morre. Só Jesus para ter misericórdia de nós", comentou a dona de casa Marizete Clemente.
Pais tiveram que voltar às pressas para pegar os filhos na escola Lacy Zuleica Nunes. "Eles colocaram o papel avisando sobre o toque de recolher. Os pais ficaram assustados e pegaram os filhos porque não sabem o que vai acontecer, não sabem de nada", disse o proprietário de oficina Márcio Brito.
A retaliação à morte de Harlem Souza Lima, de 16 anos, foi prevista na terça-feira (13), em uma entrevista concedida por uma mulher que mora há mais de 40 anos no bairro. "Com certeza vai ter uma revanche e pode morrer gente inocente", disse a moradora que não quis ser identificada.
O adolescente morreu depois de um tiroteio em Carapina Grande na noite de segunda-feira (12). Harlem estava em uma rua quando foi atingido por um tiro na nuca. Outras três pessoas, duas delas também menores, também foram baleadas por três homens que chegaram em um carro preto. Houve pânico e correria entre as mais de 20 pessoas que estavam na rua. Segundo a moradora, foi uma tragédia anunciada. "Ela foi anunciada porque se não fosse, eu não ficaria sabendo como muitas mães e avós ficaram sabendo. Se foi avisado por volta das 15h, às 16h todos foram buscar as crianças na escola, e depois aconteceu, então não era mentira o que foi anunciado", afirmou a mulher.
Todos os feridos foram socorridos e levados para o Hospital Dório Silva, em Laranjeiras, onde Harlem morreu. A mãe entrou em desespero. Até a madrugada, o corpo do jovem estava sendo velado em uma Igreja Evangélica do bairro. Boatos dão conta de que traficantes ameaçaram invadir a igreja paera roubar o caixão. O velório foi transferido para a garagem da casa onde o rapaz morava com a família. A mãe disse que a transferência não ocorreu por causas de ameaças.
"Eu não queria deixar ele lá sozinho. Ninguém queria ficar lá e eu queria meu filho em casa. Pelo menos no último dia dele em casa comigo. Eu não queria deixá-lo sozinho lá, tinha pedido para a funerária trazê-lo para cá. Pelo que eu saiba, não houve ameaça à família. Graças a Deus, tirei meu filho de lá por livre e espontânea vontade", disse Maria Lúcia de Souza. Para a mãe do jovem, ele era inocente. "Meu filho morreu de graça, morreu inocente, eu posso jurar", afirmou.
Uma das suspeitas de polícia é de que a morte do adolescente esteja relacionada ao tráfico de drogas na região. Mas, para uma mulher, o vizinho foi morto por conta da compra de uma pulseira de prata no valor de R$ 100. "Venderam para ele e ele comprou para pagar de duas vezes. A pulseira deve ter sido roubada e ele levou a culpa", comentou a dona de casa Eliana Telles.
Segundo a Prefeitura da Serra, tanto o posto de saúde, como a creche, já estão funcionando normalmente. Sobre o policiamento na região, a Polícia Militar afirma que, após receber a denúncia sobre o toque de recolher em Carapina Grande, reforçou o policiamento e permanecerá no local até que a situação se normalize.
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Parte do comércio fechou as portas e a unidade de saúde não funcionou por causa da imposição. As aulas da escolinha de futebol foram canceladas e os operários que trabalham na reforma das arquibancadas do campo abandonaram a obra. "Nós estamos no final dos tempos mesmo, não temos pra onde correr. Tudo quanto é lugar está dando isso. E tem que recolher mesmo porque se não obedecer, morre. Só Jesus para ter misericórdia de nós", comentou a dona de casa Marizete Clemente.
Pais tiveram que voltar às pressas para pegar os filhos na escola Lacy Zuleica Nunes. "Eles colocaram o papel avisando sobre o toque de recolher. Os pais ficaram assustados e pegaram os filhos porque não sabem o que vai acontecer, não sabem de nada", disse o proprietário de oficina Márcio Brito.
A retaliação à morte de Harlem Souza Lima, de 16 anos, foi prevista na terça-feira (13), em uma entrevista concedida por uma mulher que mora há mais de 40 anos no bairro. "Com certeza vai ter uma revanche e pode morrer gente inocente", disse a moradora que não quis ser identificada.
O adolescente morreu depois de um tiroteio em Carapina Grande na noite de segunda-feira (12). Harlem estava em uma rua quando foi atingido por um tiro na nuca. Outras três pessoas, duas delas também menores, também foram baleadas por três homens que chegaram em um carro preto. Houve pânico e correria entre as mais de 20 pessoas que estavam na rua. Segundo a moradora, foi uma tragédia anunciada. "Ela foi anunciada porque se não fosse, eu não ficaria sabendo como muitas mães e avós ficaram sabendo. Se foi avisado por volta das 15h, às 16h todos foram buscar as crianças na escola, e depois aconteceu, então não era mentira o que foi anunciado", afirmou a mulher.
Todos os feridos foram socorridos e levados para o Hospital Dório Silva, em Laranjeiras, onde Harlem morreu. A mãe entrou em desespero. Até a madrugada, o corpo do jovem estava sendo velado em uma Igreja Evangélica do bairro. Boatos dão conta de que traficantes ameaçaram invadir a igreja paera roubar o caixão. O velório foi transferido para a garagem da casa onde o rapaz morava com a família. A mãe disse que a transferência não ocorreu por causas de ameaças.
"Eu não queria deixar ele lá sozinho. Ninguém queria ficar lá e eu queria meu filho em casa. Pelo menos no último dia dele em casa comigo. Eu não queria deixá-lo sozinho lá, tinha pedido para a funerária trazê-lo para cá. Pelo que eu saiba, não houve ameaça à família. Graças a Deus, tirei meu filho de lá por livre e espontânea vontade", disse Maria Lúcia de Souza. Para a mãe do jovem, ele era inocente. "Meu filho morreu de graça, morreu inocente, eu posso jurar", afirmou.
Uma das suspeitas de polícia é de que a morte do adolescente esteja relacionada ao tráfico de drogas na região. Mas, para uma mulher, o vizinho foi morto por conta da compra de uma pulseira de prata no valor de R$ 100. "Venderam para ele e ele comprou para pagar de duas vezes. A pulseira deve ter sido roubada e ele levou a culpa", comentou a dona de casa Eliana Telles.
Segundo a Prefeitura da Serra, tanto o posto de saúde, como a creche, já estão funcionando normalmente. Sobre o policiamento na região, a Polícia Militar afirma que, após receber a denúncia sobre o toque de recolher em Carapina Grande, reforçou o policiamento e permanecerá no local até que a situação se normalize.
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