Foto: Reprodução TV Vitória |
Homem morre e outro fica gravemente ferido após tiroteio em velório em Guarapari-ES
Um velório foi marcado por um tiroteio na noite de domingo (18) no bairro Ipiranga, em Guarapari. Um desentendimento pode ter provocado a troca de tiros que matou um homem e deixou outro em estado grave.
A reunião de amigos e familiares para velar o corpo de uma das vítimas de um duplo homicídio que aconteceu no último sábado (17), foi marcado por sangue, gritos de socorro e um acerto de contas que não respeitou nem mesmo as crianças. "Nós estávamos lá socorrendo as crianças e colocando-as para o outro lado por cima da parede", disse um idoso que não quis se identificar.
Foram efetuados quase 30 tiros. As balas atingiram paredes e até o asfalto. Horas depois do tiroteio, marcas de sangue ainda permaneciam em frente ao velório e o bairro parecia dominado pelo medo.
O tiroteio aconteceu em frente a uma capela do bairro. O local mais afastado foi escolhido pela família que temia a confirmação de um boato que havia se espalhado pela região de que traficantes rivais invadiriam o velório e matariam outros parentes da vítima. O boato acabou se confirmando horas mais tarde com a chegada de uma outra família em carro preto.
Dauri Javarini chegou ao local com a esposa, os dois filhos de 15 e 18 anos, a nora e um sobrinho em uma rua próxima ao local do velório. Eles teriam ido com a intenção de prestar solidariedade à família de Diego Gaguinho, assassinado na tarde de sábado, mas Bibinho, que é irmão da vítima, não gostou da presença deles.
Nesse momento começou uma discussão e, em seguida, a troca de tiros. Houve pânico e a correria no bairro. Dauri morreu a poucos metros do local. Já Bibinho, ficou gravemente ferido.
Os filhos de Dauri, que também atiraram, foram levados para o Departamento de Polícia Judiciária (DPJ) de Guarapari. O jovem de 18 anos afirmou que o pai era trabalhador e disse não tinha envolvimento com o tráfico da região. "Ele se confundiu e fez isso aí. Foi muito tiro", disse o rapaz.
A versão dele foi a mesma dada em depoimento a delegada que apura o caso. Ela acredita que o segundo crime aconteceu por uma suposição equivocada. "Na verdade, o Fábio Luiz Loyola, o Bibinho, afirmou que o carro que Dauri dirigia estava no local em que o irmão dele foi morto. Imediatamente, ele relacionou o fato e acusou o Dauri de ser o autor do homicídio do irmão e, por isso, resolveu revidar", comentou a delegada Ana Cecília Mangaravite.
Dominado pelo ódio, o filho de Dauri desejava a morte do assassino do pai, que continua internado em estado grave. "O meu pai eu sei que foi pro céu, mas eu quero saber do safado que fez isso com ele", afirmou o jovem.
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