terça-feira, 5 de julho de 2011

PM diz que policiais são bombas prestes a explodir

TV Vitória

Foto: Reprodução TV Vitória



Representante da PM diz que policiais são bombas prestes a explodir e que precisam de apoio psicológico (ES)



Vida agitada, perseguição e risco de morte no combate a criminalidade. Os policiais trabalham em cenários perturbadores. Esta é a visão do representante da Associação de Cabos e Soldados da Polícia Militar. Para ele, a rotina da violência pode contribuir para tragédias dentro de casa.

"Os policiais são como bombas. O treinamento é muito bom, porém com a violência do dia a dia, ele acaba absorvendo isso. O policial tem uma cultura de que ele é superior ao tempo. Ele não exterioriza suas emoções. Às vezes, o sorriso está bonito, mas dentro dele tem um vulcão prestes a explodir. Ele é o primeiro a chegar no local onde tem um corpo, ou uma pessoa baleada e ele absorve aquilo. Muitos levam para casa essa violência", explicou o diretor social Associação de Cabos e Soldados, Clemilson Pereira.

No caso do policial militar Carlos Magno, que assassinou a companheira no início desta semana, ele acredita que o Estado foi omisso. "Nós temos uma portaria da Secretaria de Segurança Pública que determina medidas sistemáticas padronizadas no atendimento. O texto diz: 'todos os envolvidos em agressão deverão ser conduzidos imediatamente à presença de autoridade policial, mesmo não havendo flagrante nem aplicação da Lei Maria da Penha'. Acredito que o Estado deveria ter agido. Por ele ser Militar, a Corregedoria e a Polícia Civil deveriam ter agido. Deveriam ter chamado o rapaz e conversado com ele para ver onde estava o erro. E ele deveria ter sido encaminhado com a família para o Departamento de Promoção Social da Polícia Militar", afirmou Clemilson Pereira.

Há mais de 20 anos na corporação, o diretor afirma que, diante da rotina estressante, o apoio psicológico deveria ser obrigatório. "A PM não tem acompanhamento psicológico e muitos absorvem a violência das ruas. Isso é inconcebível, não tem condições. A PM está doente, precisa de atendimento psicológico que hoje a polícia não tem", concluiu Clemilson Pereira.

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