Radiação medida na região de Fukushima 1 está mil vezes acima do normal.
Homem verifica estragos um dia após terremoto e tsunami no Japão (Foto: Yuriko Nakao/Reuters)
A companhia japonesa Tokyo Electric Power (Tepco) informou neste sábado (12) [horário local] que liberou vapor radioativo para reduzir a pressão excessiva em um reator da central nuclear de Fukushima 1, afetada pelo violento terremoto que abalou a região.
"Seguindo as instruções do governo, liberamos parte do vapor, que contém substâncias radioativas", explicou à AFP um porta-voz da Tepco. "Acompanhamos a situação e até o momento não há problemas".
A radioatividade registrada na sala de controle do reator da central de Fukushima 1 atingiu um nível mil vezes superior ao normal, após problemas de refrigeração provocados pelo terremoto.
Antes da liberação do vapor radioativo, as autoridades decretaram uma zona de isolamento de 10 km em torno de Fukushima 1, envolvendo mais de 45 mil pessoas que vivem na região. Uma segunda usina nuclear japonesa, situada na prefeitura de Fukushima, também apresentou problemas de refrigeração após o terremoto que abalou o nordeste do Japão, informou a imprensa japonesa.
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, admitiu o risco de vazamento nuclear, segundo a agência Jiji Press. Mas, ainda que algum vazamento de radiação seja esperado, Naoto Sekimura, professor da Universidade de Tóquio, afirma que um desastre radioativo de grandes proporções é pouco provável.
"Nenhum Chernobyl [maior desastre atômico da história, ocorrido na União Soviética em 1986] é possível com um reator de água leve. A perda do material refrigerador leva a um aumento da temperatura, mas também faz parar as reações [nucleares]", diz. "Mesmo no pior dos cenários, isso corresponderia a algum vazamento de radioatividade e danos ao equipamento, mas não haveria uma explosão. Se a retirada de vapor for feita com cuidado, haverá pouco vazamento. Certamente nada além de um raio de 3 km."
Antes da liberação do vapor radioativo, as autoridades decretaram uma zona de isolamento de 10 km em torno de Fukushima 1, envolvendo mais de 45 mil pessoas que vivem na região. Uma segunda usina nuclear japonesa, situada na prefeitura de Fukushima, também apresentou problemas de refrigeração após o terremoto que abalou o nordeste do Japão, informou a imprensa japonesa.
O primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, admitiu o risco de vazamento nuclear, segundo a agência Jiji Press. Mas, ainda que algum vazamento de radiação seja esperado, Naoto Sekimura, professor da Universidade de Tóquio, afirma que um desastre radioativo de grandes proporções é pouco provável.
"Nenhum Chernobyl [maior desastre atômico da história, ocorrido na União Soviética em 1986] é possível com um reator de água leve. A perda do material refrigerador leva a um aumento da temperatura, mas também faz parar as reações [nucleares]", diz. "Mesmo no pior dos cenários, isso corresponderia a algum vazamento de radioatividade e danos ao equipamento, mas não haveria uma explosão. Se a retirada de vapor for feita com cuidado, haverá pouco vazamento. Certamente nada além de um raio de 3 km."
O chefe de gabinete Yukio Edano também afirmou que a quantidade do vazamento tende a ser pequena. "É possível que material radioativo do reator vaze para fora, mas a quantidade esperada é pequena, e é preciso considerar o vento soprando em direção ao mar", disse Edano em entrevista coletiva na manhã de sábado no Japão.
Riscos de blecaute em usina nuclear
De acordo com cientistas de uma organização sem fins lucrativos com sede nos Estados Unidos, o corte de energia é um dos problemas mais graves que podem afetar uma usina nuclear. Instalações desse tipo geralmente precisam de eletricidade para operar os motores, válvulas e instrumentos que controlam os sistemas que levam água refrigerada aos reatores.
“Se o resfriamento para de funcionar, o risco de um derretimento é real”, alerta Aquilino Senra, professor do programa de engenharia nuclear da pós-graduação da UFRJ, em entrevista ao G1.
Os reatores afetados pelo terremoto respondem por 18% da capacidade de geração de energia nuclear do Japão. Um total de 30% da eletricidade do país é gerada por usinas nucleares.
Na sexta-feira, o Japão informou à Agência Internacional de Energia Atômica que o terremoto e o tsunami cortaram o fornecimento de energia externa para a usina e que usaria geradores a diesel para alimentar a eletricidade necessária para o sistema de refrigeração dos reatores continuar funcionando, mas disse que nenhum vazamento radioativo havia sido detectado nas centrais nucleares da região afetada pelo terremoto.
Os reatores afetados pelo terremoto respondem por 18% da capacidade de geração de energia nuclear do Japão. Um total de 30% da eletricidade do país é gerada por usinas nucleares.
Na sexta-feira, o Japão informou à Agência Internacional de Energia Atômica que o terremoto e o tsunami cortaram o fornecimento de energia externa para a usina e que usaria geradores a diesel para alimentar a eletricidade necessária para o sistema de refrigeração dos reatores continuar funcionando, mas disse que nenhum vazamento radioativo havia sido detectado nas centrais nucleares da região afetada pelo terremoto.
O ministro do Comércio, Banri Kaieda, também chegou a admitir a possibilidade de que material radioativo se espalhasse pelo ar durante as tentativas de reduzir a pressão dentro do reator, "mas em uma quantidade mínima".
Dia seguinte
O amanhecer no país -ainda noite de sexta-feira no Brasil- deve revelar toda a extensão dos danos causados pelo tremor e pelo tsunami de dez metros de altura que varreu vilarejos e cidades.
Em uma das áreas residenciais mais atingidas, era possível escutar pessoas soterradas sob os escombros, pedindo socorro e perguntando quando seriam resgatadas, segundo relato da agência de notícias Kyodo.
Dia seguinte
O amanhecer no país -ainda noite de sexta-feira no Brasil- deve revelar toda a extensão dos danos causados pelo tremor e pelo tsunami de dez metros de altura que varreu vilarejos e cidades.
Em uma das áreas residenciais mais atingidas, era possível escutar pessoas soterradas sob os escombros, pedindo socorro e perguntando quando seriam resgatadas, segundo relato da agência de notícias Kyodo.
O primeiro-ministro Naoto Kan deve visitar as plantas das usinas nucleares e também sobrevoar as áreas atingidas pelo terremoto na manhã deste sábado no Japão.
Pelo menos 45 países --inclusive China e EUA-- já ofereceram ajuda ao Japão nas tarefas de busca e resgate de vítimas.
"Trata-se provavelmente de uma operação humanitária de proporções épicas", escreveu em um comentário Sheila Smith, especialista em Japão da entidade norte-americana Conselho de Relações Exteriores.
Pelo menos 45 países --inclusive China e EUA-- já ofereceram ajuda ao Japão nas tarefas de busca e resgate de vítimas.
"Trata-se provavelmente de uma operação humanitária de proporções épicas", escreveu em um comentário Sheila Smith, especialista em Japão da entidade norte-americana Conselho de Relações Exteriores.
Tsunami
O forte terremoto de magnitude 8,9 que atingiu nesta sexta-feira (11) a costa nordeste do Japão, segundo o Serviço Geológico dos EUA (USGS), gerando um tsunami (onda gigante com potencial destrutivo) de até dez metros de altura que varreu a costa do país, deixou mais de 300 mortos e quase 600 desaparecidos, além de ter destruído regiões inteiras.
O forte terremoto de magnitude 8,9 que atingiu nesta sexta-feira (11) a costa nordeste do Japão, segundo o Serviço Geológico dos EUA (USGS), gerando um tsunami (onda gigante com potencial destrutivo) de até dez metros de altura que varreu a costa do país, deixou mais de 300 mortos e quase 600 desaparecidos, além de ter destruído regiões inteiras.
O tremor foi o 7º pior na história, segundo a agência americana, e também o pior já registrado no Japão.
A Polícia Nacional informou que 178 pessoas morreram, 584 estão desaparecidas e ao menos 947 estão feridas. A polícia da província de Miyagi disse que outros 300 corpos de vítimas do tsunami foram encontrados na região costeira da cidade de Sendai. As autoridades acreditam que são corpos de residentes que morreram afogados pela onda de dez metros de altura que atingiu o litoral.
A agência Kyodo e outros veículos estimaram que o número de mortos pode passar de mil. A maioria deles teria morrido afogada.
O abalo provocou um tsunami que alcançou áreas da cidade japonesa de Sendai, na ilha de Honshu, a principal do arquipélago japonês.
Carros, barcos foram arrastados, casas e outras infraestruturas foram destruídas, e as imagens da destruição, feitas de helicópteros, são impressionantes.
Um vídeo da TV local mostrou a onda gigante arrastando carros em sua chegada à costa.
Em muitos lugares, o mar ultrapassou os diques de proteção e avançou vários quilômetros por terra, recordando cenas do tsunami que ocorreu no Oceano Índico, em 2004.
Carros, barcos foram arrastados, casas e outras infraestruturas foram destruídas, e as imagens da destruição, feitas de helicópteros, são impressionantes.
Um vídeo da TV local mostrou a onda gigante arrastando carros em sua chegada à costa.
Em muitos lugares, o mar ultrapassou os diques de proteção e avançou vários quilômetros por terra, recordando cenas do tsunami que ocorreu no Oceano Índico, em 2004.
Veja imagens impressionantes do tsunami
que atingiu o Japão nesta sexta-feira (11)
Veja imagens impressionantes do tsunami que atingiu o Japão nesta sexta-feira (11). A embaixada do país montou um plantão oficial de informações para as famílias de japoneses que estão no Brasil.
Em muitos lugares, os telefones não funcionam, o que dificulta a busca por informações. Assista ao vídeo abaixo com a reportagem!
Sismólogo explica o terremoto e tsunami que atingiu o Japão nesta sexta-feira (11)
Segundo o sismólogo José Roberto Barbosa, o epicentro do terremoto foi dentro de uma faixa chamada cinturão de fogo do oceano Pacífico, onde as placas do Pacífico com a placa da Ásia. Para Barbosa, o Japão é um país muito estruturado para lidar com abalos, apesar da magnitude do terremoto, mas foi o tsunami que causou maior devastação.
Tags: sismólogo, josé roberto barbosa, terremoto, japão, tsunami, oceano pacífico, cinturão de fogo
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