O ditador líbio, Muammar Gaddafi, visitou na noite desta terça-feira (8) o hotel Rixos de Trípoli, onde estão confinados os jornalistas estrangeiros que se encontram na capital líbia, para oferecer entrevistas aos canais de televisão.
Usando uma túnica negra e um turbante de cor ocre, o coronel passou entre os jornalistas reunidos no hall do hotel sem responder às perguntas, mas levantou os braços e cerrou os punhos como em um sinal de vitória.
A imprensa internacional espera que ele faça um pronunciamento a qualquer momento, porém seu conteúdo é incerto no momento. Comentaristas da rede americana CNN se dizem céticos a qualquer anúncio sobre uma possível renúncia do poder, após mais de 40 anos na Presidência.
O aparecimento relâmpago acontece no dia em que os rebeldes líbios descartaram qualquer tipo e mediação em eventuais negociações com Gaddafi, exigindo que o coronel deixe o país em 72 horas. Ao mesmo tempo, o regime desmentiu que tenha oferecido iniciar um diálogo com a oposição.
O líder do Conselho Nacional Provisório disse que a oposição se absteria de processar o ditador caso ele decida deixar o país, embora não esteja claro a possibilidade dessa opção.
Gaddafi não enviou negociadores diretos até o momento
Indagados sobre a suposta oferta de diálogo feita por um representante de Gaddafi, o ex-ministro da Justiça, Mustafá Abdel Jalil, e o presidente do Conselho indicaram que o ditador não enviou ninguém pessoalmente, mas um grupo de advogados ativistas de Trípoli os procuraram voluntariamente com o objetivo de mediar a situação.
- Ele não mandou ninguém. As pessoas estão se oferecendo como intermediários para acabar com o derramamento de sangue e para pôr fim ao que as pessoas em Misrata [3ª maior cidade da Líbia] estão sendo submetidas. Estas pessoas são advogados ativistas de Trípoli.
Mais cedo, parlamentares líbios haviam dito à agência de notícias France Presse que não acreditam em uma abordagem por parte do regime de Gaddafi, insistindo que não haverá negociações.
Forças do governo atacam Zawiya
As forças do líder líbio lançaram hoje um ataque à cidade de Zawiya, a oeste de Trípoli, afirmou Murad Hemayna à France Presse por telefone do Cairo, que se tornou o porta-voz dos rebeldes.
- Em cada esquina, há pessoas que atiram. [Gaddafi] quer tomar Zawiya antes de quarta-feira. A comunidade internacional deve fazer algo.
Segundo ele, membros de sua família foram assassinados e outros ficaram feridos na cidade, sitiada por carros e tropas do coronel líbio há vários dias.
A rede de televisão Sky News assegurou que as forças governamentais haviam disparado no fim de semana contra manifestantes civis que não estavam armados e mataram vários deles.
Situada 40 km a oeste de Trípoli, Zawiya é o reduto da insurgência mais próximo à capital, que permanece sob o controle de Gaddafi.
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