Segundo o Ministério do Meio Ambiente, dois mil dessalinizadores foram instalados na região, mas 60% deles não funcionam
Nordeste Viver e Preservar
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, dois mil dessalinizadores foram instalados nos nove estados do Nordeste por vários projetos oficiais ao longo dos anos para tratar a água, mas cerca de 60% dos equipamentos não funcionam.

Na região da seca, no Cariri paraibano, a agricultora Maria Risoneide tem água jorrando na torneira. Pena que não dá pra beber: “ela é salgada, só é para os bichos e para os gastos da casa”, conta.
Em outra comunidade, o problema se repete. O dessalinizador virou sucata e casa de marimbondo. “A bomba queimou faz 4 anos. Eles vieram consertar, levaram a bomba, mas até hoje não trouxeram ela de volta”, disse a agricultora Maria de Lourdes Souza.
Só na Paraíba, 90% dos 300 dessalinizadores estão quebrados. O engenheiro agrônomo Isnaldo Cândido, coordenador do Programa Água Doce na Paraíba, explica que o problema é encontrado em outros estados: “o problema que existe na Paraíba, com certeza, existe em outros Estados do Nordeste”.

O Progama Água Doce, que poderia ser a solução para tantos sertanejos, acabou criando um problema gravíssimo para o meio ambiente atingindo os solos já degradados do semi-árido.
A mesma tecnologia capaz de matar a sede da população que sofre com a seca pode representar um risco para o meio ambiente se não for usada de forma correta. O problema é que do volume total da água que passa pelo dessalinizador, metade fica boa para o consumo, já a outra metade fica com um teor elevadíssimo de sal. é este rejeito que se for despejado no solo deixa as terras improdutivas e contamina as águas subterrâneas.

“Foi um vilão que criaram para os dessalinizadores. Na verdade você coloca a máquina que produz água de excelente qualidade e joga o concentrado a céu aberto, gera problemas diversos de salinidade no solo, jogando uma quantidade de sais maior do que tem no poço e consequentemente fazendo com que este solo não sirva mais pra outra atividade”, disse Isnaldo Cândido.

Na região da seca, no Cariri paraibano, a agricultora Maria Risoneide tem água jorrando na torneira. Pena que não dá pra beber: “ela é salgada, só é para os bichos e para os gastos da casa”, conta.
Em outra comunidade, o problema se repete. O dessalinizador virou sucata e casa de marimbondo. “A bomba queimou faz 4 anos. Eles vieram consertar, levaram a bomba, mas até hoje não trouxeram ela de volta”, disse a agricultora Maria de Lourdes Souza.
Só na Paraíba, 90% dos 300 dessalinizadores estão quebrados. O engenheiro agrônomo Isnaldo Cândido, coordenador do Programa Água Doce na Paraíba, explica que o problema é encontrado em outros estados: “o problema que existe na Paraíba, com certeza, existe em outros Estados do Nordeste”.

O Progama Água Doce, que poderia ser a solução para tantos sertanejos, acabou criando um problema gravíssimo para o meio ambiente atingindo os solos já degradados do semi-árido.
A mesma tecnologia capaz de matar a sede da população que sofre com a seca pode representar um risco para o meio ambiente se não for usada de forma correta. O problema é que do volume total da água que passa pelo dessalinizador, metade fica boa para o consumo, já a outra metade fica com um teor elevadíssimo de sal. é este rejeito que se for despejado no solo deixa as terras improdutivas e contamina as águas subterrâneas.

“Foi um vilão que criaram para os dessalinizadores. Na verdade você coloca a máquina que produz água de excelente qualidade e joga o concentrado a céu aberto, gera problemas diversos de salinidade no solo, jogando uma quantidade de sais maior do que tem no poço e consequentemente fazendo com que este solo não sirva mais pra outra atividade”, disse Isnaldo Cândido.
Dos erros, os técnicos conseguiram tirar algumas lições e criaram um novo sistema de dessalinização. Sete comunidades em cinco estados já testam a novidade. No sítio Mata, em Amparo, na Paraíba, 29 famílias aprendem a maneira correta de tirar o sal da água. O que antes era rejeito e problema para o meio ambiente, agora serve para abastecer os tanques para a criação de tilápias.

O peixe resistente gosta de sal. A produção deve chegar a uma tonelada e meia por ano. Proteína e renda para os agricultores que agora viraram piscicultores. A água salgada também serve para irrigar a plantação da erva-sal - uma nova planta levada para o semi-árido justamente para absorver o excesso de sal despejado no solo.
“A erva sal consegue suportar até 36 gramas de sal por litro. Então pode ser observada a tolerância ao sal. É diferente de outras plantas. Ela é bem adaptada, o sistema fisiológico dela ajuda muito que ela produza em solos de altas concentrações de sal. Ela também ajuda na preservação do solo, porque ela pode retirar até 70% do sal do solo e onde muitas plantas não podem produzir bem, ela pode”, explicou o agrônomo da Emater Janeílson Evangelista. A erva-sal também é um ótimo complemento alimentar para cabras e bodes.


O peixe resistente gosta de sal. A produção deve chegar a uma tonelada e meia por ano. Proteína e renda para os agricultores que agora viraram piscicultores. A água salgada também serve para irrigar a plantação da erva-sal - uma nova planta levada para o semi-árido justamente para absorver o excesso de sal despejado no solo.
“A erva sal consegue suportar até 36 gramas de sal por litro. Então pode ser observada a tolerância ao sal. É diferente de outras plantas. Ela é bem adaptada, o sistema fisiológico dela ajuda muito que ela produza em solos de altas concentrações de sal. Ela também ajuda na preservação do solo, porque ela pode retirar até 70% do sal do solo e onde muitas plantas não podem produzir bem, ela pode”, explicou o agrônomo da Emater Janeílson Evangelista. A erva-sal também é um ótimo complemento alimentar para cabras e bodes.

PERNAMBUCO
Assim como a Paraíba, Pernambuco está correndo atrás de conserto para os dessalinizadores sucateados. A coordenadora do Programa Água Doce em Pernambuco, explica que muitos deles já foram recuperados: “dos 380 dessalinizadores que foram diagnosticados, nós já conseguimos recuperar 55 e 30 foram implantados e agora tem mais um contrato de 12. Além disso é importante a manutenção preventiva e corretiva”.

Assim como a Paraíba, Pernambuco está correndo atrás de conserto para os dessalinizadores sucateados. A coordenadora do Programa Água Doce em Pernambuco, explica que muitos deles já foram recuperados: “dos 380 dessalinizadores que foram diagnosticados, nós já conseguimos recuperar 55 e 30 foram implantados e agora tem mais um contrato de 12. Além disso é importante a manutenção preventiva e corretiva”.

Na área rural de caraíbas, no Sertão, o equipamento quebrado foi trocado por um novo e a comunidade foi treinada para zelar do patrimônio que é de todos. O agricultor Nivaldo Dias, passou a ser o técnico responsável pelo dessalinizador.
“Antes eu fazia, mas eu vim aprender depois. Quando equipamento foi trocado eu fui fazer um curso. Acho que agora vai durar mais”. O equipamento é festejado pela comunidade que tinha que ir longe buscar água doce ou pagar caro pelo caminhão pipa.

Água boa pra beber, pra criar peixe, pra plantar alimentos para o rebanho, sem salinizar ainda mais os solos frágeis do semi-árido. Com tecnologia, continuidade e o envolvimento dos moradores, os dessalinizadores podem ser um grande aliado dos nordestinos.

Água boa pra beber, pra criar peixe, pra plantar alimentos para o rebanho, sem salinizar ainda mais os solos frágeis do semi-árido. Com tecnologia, continuidade e o envolvimento dos moradores, os dessalinizadores podem ser um grande aliado dos nordestinos.
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