quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Calouro é obrigado a "comer" meia durante trote em universidade de Goiás

Trotes ocorreram fora do campus da UFG, afirma pró-reitora de graduação

Calouros da UFG (Universidade Federal de Goiás) tiveram as roupas rasgadas e sofreram agressões durante um trote realizado por veteranos da instituição, no início de fevereiro deste ano. Alguns foram obrigados a "comer" um pé de meia, entre outras brincadeiras de gosto duvidoso.

O trote ocorreu fora do campus da universidade, no chamado Parque Vaca Brava, em Goiânia. A festa é tradicional e acontece há pelo menos 12 anos, de acordo com estudantes ouvidos pelo R7.

Em um dos vídeos divulgados na internet, veteranos arrancam a cueca de um novato após ele passar pela "brincadeira" da meia. Em outra gravação, uma universitária tenta enfiar um objeto parecido com uma casca de banana na boca do calouro, que não aceita e leva tapas. Ao fim das imagens, outro estudante - de camisa verde - é arrastado para participar do

A pró-reitora de graduação da UFG, Sandramara Matias Chaves, afirma que a instituição não tem responsabilidade pelo que ocorre fora do campus, embora haja "grande preocupação do corpo acadêmico com o trote".

- Existe toda uma participação da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para que acompanhem o trote no parque [Vaca Brava]. Eles estão lá para inibir a violência.

A comemoração, que envolve quase 5.000 estudantes, não pode ficar marcada por "dois ou três casos isolados" de violência, diz a pró-reitora. Excessos devem ser investigados, segundo Sandramara, que ressalta não ter recebido oficialmente nenhuma "reclamação ou denúncia" por parte dos calouros.

Punições

Uma resolução da UFG, de 1996, proíbe o trote dentro da universidade. As punições vão desde advertência até a expulsão dos transgressores, de acordo com a assessoria de imprensa da instituição.

Gyannini Jácomo, um dos diretores do DCE-UFG (Diretório Central dos Estudantes), ressalta que a entidade é contra o trote violento, assim como a universidade.

Segundo ele, há uma recomendação aos centros acadêmicos e atléticas para evitarem as brincadeiras perigosas e humilhantes.

- Acho lamentável que ocorram fatos como esses no Parque Vaca Brava. Uma coisa é a brincadeira, é pintar com tinta guache, faz parte da comemoração do calouro recém-aprovado. Mas existe um limite entre a diversão e a agressão.

Tanto Jácomo como Sandramara ressaltam que a UFG realiza campanhas contra o trote violento e a favor de atividades culturais, palestras, arrecadação de alimentos e outras práticas consideradas positivas para a recepção dos calouros.

Veja os vídeos do trote abaixo:

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