JOSUÉ DE OLIVEIRA
Redação Folha Vitória
O prefeito de Vitória, João Coser (PT), esteve na manhã desta terça-feira (18) participando do jornal Vitória Notícias, da Rede Vitória, e prometeu que ainda este ano irá pagar a dívida de R% 35 milhões que a prefeitura adquiriu nos últimos anos. Apesar da promessa, Coser preferiu não estipular prazo para saldar o débito do executivo da Capital.Foto: Reprodução TV Vitória 
Segundo o prefeito, a dívida foi se acumulando, porque ao invés de paralisar as obras que estavam em andamento, a prefeitura decidiu continuá-las, mesmo com queda na arrecadação. “Vitória é uma cidade que tem grande capacidade para investimentos e não pode esperar recursos federal e estadual para realizar suas obras”, disse.
Entre 2009 e 2010 a arrecadação sofre uma queda de quase R$ 50 milhões e foi prejudicada principalmente pela redução das atividades portuárias e comércio exterior com a crise financeira.
“Nossa meta era investir R$ 300 milhões e só investimos R$ 200 milhões. As obras que já tínhamos começado era preciso continuar, não podia deixar pela metade e todas elas devem ser concluídas em 2011”.
Apesar da dívida de R$ 35 milhões, Coser demonstrou que o valor já estava previsto e não será difícil de quitá-la e deve ser feita em parcelas de três vezes. “É uma dívida que representa 3,5% do orçamento. O ideal é não ter, mas isso é comum, é só fazer um planejamento para quitá-la, evitando iniciar outras obras e reduzir os gastos com custeio”, afirmou.
As grandes obras que o prefeito se refere são as realizadas na avenida Fernando Ferrari, Praça do Papa, Ponte da Passagem, Tancredão e ampliação das galerias pluviais. Só nesta última, segundo Coser, foram investidos R$ 130 milhões. “Vitória, por exemplo, é uma cidade que não alaga mais”.
O prefeito afirmou ainda que apesar do desgaste e a dívida acumulada, não se arrepende de nada que fez e de nenhuma obra iniciada em benefício da população. “Não tenho dúvida de que faria tudo de novo em função da necessidade da cidade”.
Questionado sobre a qualidade das obras realizadas na cidade, principalmente na orla de Camburi, onde logo após a conclusão dos trabalhos foram necessários fazer novos ajustes, o prefeito criticou a atual legislação da qual obriga que a prefeitura a contratar empresas que oferecem serviços mais baratos.
“Se eu pudesse escolher as empresas não faria alguns contratos porque são ruins, não fazem obra com a qualidade desejada. Essa legislação não é inteligente porque não leva em conta a qualidade, só o preço”.
Secretários
Na última segunda-feira (17), o prefeito deu posse aos novos secretários, nove no total. Ele afirmou que as mudanças não têm relação com a situação financeira da prefeitura. “Essa mudança se dá como em qualquer outra empresa e é natural que se espere empenho no sentido de gastar menos para que garantir a manutenção dos investimentos”.
O novo time de secretários terá um perfil mais técnico, e Coser decidiu aproveitar dois membros da equipe do ex-governador Paulo Hartung, que são a secretária de Comunicação, Beth Kfuri; e a Secretária de Meio Ambiente, Sueli Tonini.
"No caso da Beth, é claro que essa experiência como secretária de Estado pesa na escolha e a Sueli [ex-diretora do Iema] é uma das melhores técnicas do Espírito Santo. As duas vem com um olhar diferenciado e muita disposição. A base da escolha é sempre qualidade técnica, que tenha sensibilidade política, que tenha identidade com o tema que vai conduzir e que vai contribuir com a gestão e o prefeito".
Com a nova equipe composta, Coser espera mantê-la até o ano de 2012. “Administrar Vitória é uma honra e tenho certeza de que vamos terminar o mandato com qualidade. Essa administração vai deixar um marco difícil de ser superado”.
Perguntas feitas para o prefeto durante o Vitória Notícias
Por que é investido pouco na Secretaria de Meio Ambiente? Márcio - Fradinhos
Nós temos orçamento e nossa área de Meio Ambiente é uma área nobre, já que Vitória é uma exemplo de cidade de cuida dos seus parques e com suas áreas verdes. Vamos continuar investindo e a sugestão do ouvinte é importante para nós e nos motiva para continuar cuidando com carinho.
Está complicado andar em Vitória por conta das obras. O que dizer para os moradores entender esse sufoco que a gente está passando. Eliana Gorriti
Primeiro é agradecer a compreesnsão. Não tem sido fácil, optamos por fazer essas obras em janeiro pelo pouco movimento por causa das férias. É um desafio muito grande fazer de Vitória um modelo de tratamento e coleta de esgoto. E se Deus quiser, a partir de abril vamos ter a cidade com essas obras concluídas e vou ter a tarefa de melhor a qualidade asfáltica, junto com o governo do Estado. Nós fizemos uma opção de concluir isso em três anos e como é uma obra complexa no meio da rua tem que acelerar ao máximo. Pedimos a compreensão das pessoas e daqui a pouco teremos a cidade de circular naturalmente.
Quando a Fernando Ferrari termina, já que começou na gestão do então prefeito Luiz Paulo - Edson Teodoro - São Pedro
Nós já fizemos as desapropriações e já estive com governador Renato Casagrande e estamos em condições de dar a ordem de serviço. A empresa já está contratada. A minha conversa que no mês de fevereiro a ordem de serviço e, se Deus quiser, concluir o mais rápido possível.
Com essa redução de gastos, o que vai ser comprometido? Eliana Gorrite
O corte de gasto cuida muito do custeio, exatamente para que possamos garantir os investimentos. Todas as obras iniciadas e parte delas, principalmente na área de saúde, educação e projeto Terra mais Igual, continua. Com menos recursos, a gente faz um pouco menos, mas a ideia é não só concluir o que já está sendo feito e iniciar outras obras com porte menor.
É possível falar em reajuste para os servidores?
Nós temos uma comissão que está discutindo os custos. Nós vamos, no tempo certo, provavelmente em abril ou maio, a partir do desempenho da arrecadação do primeiro trimestre ou quadrimestre, avaliar nossa capacidade de correção no salário. Nós sempre tivemos uma correção normal, mas isso não esta definido, estará sendo definido a partir do desempenho da própria arrecadação. A empresa repassa o recurso, de correção salarial de acordo com a capacidade de investimento e de arrecadação. Parte vai para pessoal, parte vai para o custeio e parte vem para investimento. Nós vamos continuar fazendo esse equilíbrio e o servidor vai ter, no
tempo certo, um debate com as entidades sindicais para sabermos qual a nossa capacidade de reajuste salarial.
Reajuste então nem pensar?
Não tem ainda esse debate sendo feito, ate porque não é tempo. O tempo é em abril e maio que é o tempo da negociação salarial.
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