Folha Vitória
A professora acusada de cortar a língua de uma criança em uma creche de Vila Velha prestou depoimento à polícia na manhã desta terça-feira (14). Segundo o delegado, ela negou que tenha agredido o menino e disse que a criança caiu no chão e se machucou sozinha. A diretora da unidade também foi ouvida.Foto: Reprodução TV Vitória
A professora foi a primeira a prestar depoimento na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente. Ela é apontada por familiares da criança como autora do corte na língua de um menino de 2 anos de idade.
"A professora disse que ele caiu da cadeira quando estava brincando, olhei o rostinho dele e estava tudo bem. Em casa ele mostrou para a mãe dele e falou 'mamãe, minha língua está furada, a tia furou com faca'. Eu assustei com aquilo.", conta o pastor Garcia Barcelas, pai da criança.
Apesar das declarações do pai, a professora nega a agressão e diz que o ferimento foi provocado por uma queda, presenciada por três pessoas.
"A professora disse que a criança caiu da cadeira quando estava brincando e teria se ferido. Ela apresenta três testemunhas. Duas auxiliares, que com ela cuidava das crianças dentro da sala de aula, e uma terceira pessoa que foi verificar a lesão sofrida", explica o delegado Marcelo Nolasco, da DPCA.Foto: Reprodução TV Vitória
Exames feitos no Departamento Médico Legal, em Vitória, apontam que a ferida na língua da criança foi causada por um instrumento cortante. O menino foi submetido a uma cirurgia e levou dois pontos. Ao sair da delegacia após prestar depoimento, a professora não quis falar com a imprensa.
A diretora da creche Normília Cunha dos Santos, em Terra Vermelha, Vila Velha, onde o menino estuda, também foi ouvida pelo delegado e evitou a imprensa. "A diretora alega que não presenciou os fatos, mas o comportamento da professora é exemplar e não acredita em agressão", conta Nolasco.
Enquanto persiste a dúvida em torno da origem do corte na língua do menino, o delegado só tem a certeza de que algúém está mentindo. "Alguém está mentindo. Nós vamos apurar. A mãe afirma que no dia 8 a professora teria ameaçado cortar a língua da criança. Se esse fato é verdade, a professora está mentindo. Se isso for mentira, a mãe está mentindo", diz o delegado.
Marcelo Nolasco também quer ouvir pais de outros alunos da creche supostamente agredidos pela professora. "Nós vamos ouvir as testemunhas. O pai do menino que afirma ter outras famílias com crianças agredidas e instruir o inquérito fartamente até concluí-lo", finaliza o delegado.
A Secretaria Municipal de Educação de Vila Velha afirmou que repudia qualquer tipo de violência no ambiente escolar e diante do laudo do DML conhecido na última sexta-feira (10) informou que a professora foi afastada da sala de aula imediatamente. Um processo administrativo disciplinar foi aberto para apurar o caso e está em andamento. Se for comprovada judicialmente a acusação, o contrato de trabalho da professora será rescindido. Até lá, a servidora segue afastada de suas funções. A Secretaria também ressaltou que a educação de Vila Velha se pauta pelo bem estar de seus alunos e desde o primeiro momento se colocou á disposição da família da criança. Nesta terça-feira (14) uma assistente social entrará em contato com a família da criança para prestar a assistência necessária.
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