"Votei contra a homofobia, exijo minha cidadania!" é o tema do V Manisfesto do Orgulho LGBT

"Votei contra a homofobia, exijo minha cidadania!". Esse foi o tema do 5º Manisfesto de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais - LGBT de Vitória, que levou mais de 3 mil pessoas às ruas da Praia de Camburi, em Vitória, na tarde deste domingo (12), segundo estimativa dos organizadores.
Segundo um dos integrantes da comissão organizadora do evento, Filipe Moura de Andrade, a construção do tema deste ano foi influenciada pela visibilidade conquistada pelo grupo nas últimas eleições. "Este ano, nacionalmente, todo o movimento LGBT conseguiu articular ações para intervir nas eleições, gerando espaços de debates com os candidatos, como o envio de documentos e assinatura de termos de compromisso".
A concentração teve início por volta das 15h no Píer de Iemanjá e seguiu pela Avenida Dante Michelini, no sentido Praia do Canto - Jardim Camburi, até o palco localizado próximo ao Clube dos Oficiais. Uma viatura e vários agentes da Guarda Municpal de Trânsito, além de 30 policiais militares foram deslocados para garatir a mobilidade dos veículos e a segurança da população.
Teve gente que saiu de Colatina só para prestigiar o evento. O comerciante Leonardo Santos chegou em Vitória para participar do manifesto na noite de sábado (11), acompanhado de cinco amigos. Segundo ele, o preconceito ainda é um grande entrave para o movimento. "Eu quero dar uma força. É uma coisa que aqui dentro de Vitória tem muito o preconceito e eu quero ajudar a quebrar isso aí".
Nem o pé quebrado impediu que o estudante Robson Summeres, 16 anos, deixasse de ir ao evento. "Não é só porque eu estou com o pé quebrado que eu vou deixar de curtir esse dia maravilhoso".
As amigas Patrícia Ferreira, 28 anos, Franciele Silva dos Santos, 23 anos, Lucimar Gomes, 39 e Valdinete Gonçalves Silva, 23 anos, mesmo cansadas após o trabalho na cozinha de um restaurante da região, compareceram ao local para mostrar que o preconceito não está com nada. "Cada um tem o seu direito de fazer o que quiser da sua vida e eu acho muito bonita essa causa", afirmou Franciele.
O cabeleireiro Carlos Marconini, 26 anos, mora no Sul do Estado, mas veio a trabalho para a Capital e resolveu ficar para conferir o evento. Segundo ele, o preconceito em Vitória ainda é muito maior do que no interior. "Lá a gente vive melhor. As pessoas aceitam mais".
A auxiliar de farmácia Débora Caetano Pereira Dias, 25 anos, foi acompanhada do marido Leandro Dias, 28, e da filha Liandra Caetano, de apenas 11 meses. Muito animados, eles afirmaram morar no Estado há cerca de dois meses e que até então, nunca tiveram oportunidade de ir a um evento como esse em Conselheiro Pena, Minas Gerais, onde moravam antes de vir para o Espírito Santo.
"Todas as pessoas merecem o direito de mostrar o que sentem. Não é porque você gosta de uma pessoa de outro sexo que você é uma pessoa horrível ou de outro mundo. É igual a todos. Ama e sente do mesmo jeito", declarou Débora.
Trânsito
O trânsito entre a Praia do Canto e Jardim da Penha ficou completamente congestionado durante o manifesto. Como a pista da direita da Avenida Dante Micheline foi interdita, os motoristas tiveram que utilizar o desvio feito pela Guarda Municipal, na saída da Ponte da Passagem, que serve de ligação entre as avenidas Saturnino de Brito e Dante Micheline.
A fila de carros, por volta de 17h30 deste domingo chegou as imediações do Shopping Vitória, na Enseada do Suá. O subtenente Carmo, da Polícia Militar, informou que até o início da noite deste domingo não havia registro de tumulto e nem de confusões.
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