segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Detento morre e família denuncia tortura no IRS de Vila Velha-Es

Folha Vitória


Foto: Reprodução TV Vitória
A morte de um detento de 28 anos revolta familiares e amigos da vítima. Wagner Vieira de Jesus cumpria pena em regime semi aberto há sete meses no Instituto de Reabilitação Social (IRS) por falsificação, porte de drogas e assalto, mas morreu no últmo sábado (11). Segundo a polícia, a causa da morte seria dengue hemorrágica, mas a família questiona o laudo.

"Ele foi espancado porque estava passando mal e gritava de dor. Eles espancavam ele e as pessoas me contaram que largaram ele lá isolado. Minha esposa viu que ele estava com um corte profundo nas costas e atrás da orelha dele tinha um buraco. Também tinha tiro de bala de borracha na mão dele", relata João Emanuel de Jesus, pai do detento morto.

Ferimentos pelo corpo de Wagner Vieira dão veracidade à versão da familia, que diz que ele passou 30 dias no castigo sendo torturado e que o rapaz teria feito uma ligação horas antes de morrer. "No mesmo dia em que ele morreu ele ligou para a esposa dele e falou: 'eu estou sentindo muita dor, estou muito machucado. Já que eles não deixam você me ver me manda um remédio para dor porque não estou aguentando'", relata João Emanuel de Jesus, pai do detento morto, conta João.

De acordo com familiares da vítima, os próprios presidiários avisaram aos parentes de Wagner que ele havia sido torturado. "Os presos ligaram e falaram: 'os agentes estão judiando dele aqui dentro, sendo que ele não é preso de cela, é de semi aberto. Destruíram a vida do meu filho. Se não tomarem uma providência eles vão matar outro. Estou sentindo muita dor, muita dor. Eu entrego para Deus e quero Justiça. Se fosse uma pessoa que tivesse dinheiro eles não fariam isso", desabafa o pai de Wagner Vieira.

Foto: Reprodução TV Vitória
A Secretaria Estadual de Justiça informa que o interno da Penitenciária Agrícola do Estado, Wágner Vieira de Jesus, passou mal no último sábado e foi levado no mesmo dia para o pronto-atendimento de Viana. Após o diagnóstico de baixo índice de plaquetas no sangue, Wágner foi transferido para o Hospital dos Ferroviários, em Vila Velha, onde faleceu. O interno havia sido transferido do Instituto de Readaptação Social, localizado em Vila Velha, na última sexta-feira, após se negar a permanecer nas galerias da unidade prisional. Ele cumpria pena de 15 anos e três meses por assalto e homicídio.

Durante os quatro meses em que esteve em Vila Velha, Wágner não reclamou de dores ou quaisquer sintomas de doença para a equipe de saúde da unidade prisional. Para evitar casos de dengue na unidade prisional, o carro fumacê da Prefeitura de Vila Velha visita periodicamente o Instituto de Readaptação Social. A limpeza da área externa também é feita regularmente. Em mais de uma ocasião o interno apresentou comportamento agressivo tendo quebrado duas algemas e recebeu acompanhamento psiquiátrico.



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