"A máquina está rodando a toda", disse o presidente do banco, Celso Antunes Costa. Ele assumiu o cargo há pouco mais de um mês, em meio ao escândalo que apontou um rombo de R$ 2,5 bilhões na contabilidade da instituição financeira do Grupo Silvio Santos. A nova direção do banco tem se esforçado para passar confiança ao mercado.
Nos primeiros dias que se seguiram à divulgação da fraude, o Panamericano viu uma sangria de recursos. Investidores chegaram a sacar R$ 500 milhões em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) em um único dia. A situação se acalmou e, de 20 dias para cá, a instituição voltou a ter captação positiva. Ontem, as ações do Panamericano subiram 4,4% na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Em 30 dias, acumulam perda de 10,92%.
A participação da Caixa no Panamericano vai se estreitar também nessa direção. Desde sexta-feira, agências do banco estatal oferecem Depósitos a Prazo com Garantia Especial (os chamados DPGEs) do Panamericano. Trata-se de um CDB com cobertura especial (em caso de problemas na instituição financeira) de até R$ 20 milhões. Normalmente, um CDB só tem garantia de R$ 60 mil.
Costa diz que a expectativa é captar R$ 500 milhões em DPGE até o fim da semana nas agências da Caixa. Normalmente, o banco capta R$ 150 milhões por semana – ou seja, com a parceria, a captação pode triplicar.
Por enquanto, o crédito imobiliário com as mesmas condições da Caixa só está disponível em 21 lojas do Panamericano localizadas na Grande São Paulo. Na semana que vem, serão incorporadas outras 16 e, a partir de janeiro, o Estado todo será incluído no sistema (isso significa 70 novas lojas). Costa garante que o banco vai continuar com o pé no acelerador. "Preciso continuar batendo recordes", afirma.
Balanço. O Estado apurou que a divulgação do balanço do terceiro trimestre do Panamericano não ocorrerá quarta-feira. Os novos administradores nunca anunciaram oficialmente uma data, mas acreditavam que seria possível apresentar os números até 15 de dezembro.
Costa diz que todos os envolvidos – inclusive a auditoria do banco, a Deloitte – estão se esforçando para apresentar os dados o mais rapidamente possível. Mas reconhece que será "difícil" divulgar o balanço na quarta-feira. Os números são aguardados com ansiedade pelo mercado porque devem mostrar o tamanho real do rombo contábil.
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