segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Aparelhos eletrônicos dados como presentes no Natal são vilões da natureza

Ambientalistas criticam produção e venda

de produtos que causam impacto

ao ambiente

AFP

Getty ImagesGetty Images

Só na França, a compra de equipamentos eletrônicos representa de 6 a 7% das emissões anuais por pessoa de gases causadores do efeito estufa




São pequenos, leves e tentadores, mas os celulares,
os aparelhos
de MP3, os tablets ou outros brinquedinhos eletrônicos
que dominarão as árvores de Natal neste fim de ano têm
um impacto considerável sobre o meio ambiente.

De sua fabricação - que requer a extração de minerais

raros que geram emissões de CO2 - até o final de sua vida,

quando devem ser submetidos a um processo de reciclagem

nem sempre empregados, esses aparelhos

têm todas as características necessárias para não integrar

a lista de presentes dos defensores do ambiente, como

explica Annelaure Wittmann, da ONG (Organização

Não Governamental) Amigos da Terra.

- São aparelhos em miniatura, com um aspecto inofensivo

, mas têm um impacto ambiental colossal: para extrair

pequenas quantidades de minerais, é preciso desmatar

hectares de florestas e espaços naturais.

Wittmann cita o exemplo da República Democrática

do Congo, onde a extração de mineral indispensável

para a fabricação de celulares ameaça

as populações de gorilas.

A ONG já lançou ataques contra o iPad, da Apple, criticando

"o incrível desperdício de matérias-primas que

sua fabricação requer".

Em termos de gases causadores do efeito estufa,

a compra de equipamentos eletrônicos representa

de 6 a 7% das emissões anuais de um cidadão francês,

mais da metade das quais vem de televisores, segundo

Jean-Marc Jancovici da organização Carbone 4.

O Centro Nacional francês de Informação Independente

sobre Dejetos (Cniid),que luta por uma redução desses

resíduos,denuncia, "a estratégia deliberada"

dos fabricantes desses

aparelhos ao reduzir a duração de sua vida ativa, porque

são dificilmente reparáveis ou porque estão submetidos

à "ditadura da moda".

Hélène Bourges, encarregada do Cniid, critica a maneira

de comercializar os equipamentos.

- São vendidos como coisas indispensáveis de ter, dando

a impressão de que não se pode viver sem um iPhone.

A importante taxa de renovação desses aparelhos - a cada

dois anos para os celulares, por exemplo - causa um problema,

já que muitos deles são descartados quando podiam ser úteis.


Esses equipamentos, cujos componentes são de forte poluição,
não devem ser jogados em latas de lixo comum, e sim em lugares
de reciclagem especiais,recorda Christian Brabant, diretor-geral
da Eco-systèmes, o organismo francês que gerencia desde 2006
o recolhimento de resíduos de equipamentos
elétricos e eletrônicos.

Atualmente, menos de um terço dos aparelhos vendidos

no mercado é colocado ao fim de sua vida útil nesses locais

de reciclagem (6,5 kg por habitante por 22 kg de produtos

comercializados em 2009).

- Muitos aparelhos são guardados ou jogados no lixo.

A prioridade é levá-los aos locais adequados ou devolvê-los

ao distribuidor.

Para quem, apesar de tudo, quer ganhar um novo

smartphone de presente de Natal, é possível encontrar

material de segunda mão, afirma Annelaure Wittmann,

que aconselha, além disso, que sejam dados presentes

mais virtuais, como um lote de canções para ser

baixado legalmente.

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